Sarkozy responde a Strauss-Kahn e pede para que ele se explique na Justiça
O presidente francês e candidato à reeleição, Nicolas Sarkozy, respondeu neste sábado ao ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn, que lhe acusou de estar por trás das acusações que o fizeram renunciar à candidatura presidencial.
"Senhor Strauss-Kahn, explique-se perante a justiça e pouparemos seus comentários", afirmou Sarkozy em comício em Clermont-Ferrand, no centro da França.
Em entrevista publicada neste sábado pelo jornal "The Guardian", o ex-responsável do FMI atribuiu o escândalo que destruiu sua candidatura à Presidência da França a inimigos políticos vinculados a Sarkozy e à governante União por um Movimento Popular (UMP).
Visivelmente zangado, Sarkozy atacou duramente Strauss-Kahn no início de seu comício.
"Respeito profundamente a presunção de inocência, mas quando uma pessoa está acusada do que ele está acusado, é preciso ter um mínimo de dignidade e pudor para se calar e não acrescentar ainda mais indignidade", afirmou.
O presidente lembrou que durante todo o processo contra Strauss-Kahn, tanto em Nova York, onde foi acusado de assédio pela camareira de um hotel, ou na França, onde é processado por proxenetismo agravado, nem ele nem seu entorno atacaram o ex-ministro socialista.
"Agora, em plena campanha das presidenciais, o senhor Strauss-Kahn se dispõe a dar lições de moral e dizer que eu sou o único responsável de tudo o que acontece a ele, é preciso contestar porque é demais", acrescentou.
Sarkozy deu a entender que as declarações de Strauss-Kahn foram induzidas por seu oponente para o segundo turno do dia 6, o socialista François Hollande. "Hollande apelou a um reforço de uma talha moral de peso. Agora a família está completa", brincou.
Na entrevista ao "The Guardian", Strauss-Kahn apresenta suas suspeitas de que foi submetido a uma vigilância dos serviços secretos franceses semanas antes de sua detenção e acusa pessoas vinculadas a Sarkozy de ter intervindo em ligações telefônicas.
O ex-diretor do FMI era então o favorito das enquetes para se transformar no candidato socialista à Presidência da França, mas sua detenção em Nova York acusado de assédio por uma camareira do hotel Sofitel acabou com sua carreira política.