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Sandy deixa dezenas de mortos e milhões sem luz na costa leste dos EUA

Pelo menos 43 mortos, oito milhões de casas sem eletricidade e a cidade de Nova York paralisada foi o balanço devastador, esta terça-feira, da passagem de Sandy pela costa leste dos Estados Unidos, que lutava para se recuperar da monstruosa tempestade.

30 out 2012 - 21h52
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NOVA YORK, 30 Out 2012 (AFP) -Pelo menos 43 mortos, oito milhões de casas sem eletricidade e a cidade de Nova York paralisada foi o balanço devastador, esta terça-feira, da passagem de Sandy pela costa leste dos Estados Unidos, que lutava para se recuperar da monstruosa tempestade.O presidente Barack Obama reuniu seu comitê de crise e cancelou eventos previstos para quarta-feira, uma semana antes das eleições, para ficar em Washington e coordenar a resposta ao furacão, disse seu porta-voz.Obama foi informado "durante toda a noite" da evolução de Sandy e esteve em contato com autoridades de Nova York e Nova Jersey, dois dos estados mais afetados pela tempestade, segundo um funcionário da Casa Branca."Esta tempestade ainda não terminou", alertou o presidente durante visita à sede da Cruz Vermelha em Washington, assegurando que as pessoas que foram afetadas pelo ciclone devem saber que "os Estados Unidos estão com elas".Na quarta-feira, o chefe de Estado viajará a Nova Jersey, o estado mais afetado por Sandy.Connecticut, Nova York, Nova Jersey, Maryland, Pensilvância, Carolina do Norte, Virgínia e Virgínia ocidental reportaram mortes relacionadas com a passagem de Sandy, enquanto em Toronto, no Canadá, a polícia informou que uma mulher morreu atingida por um objeto arrastado pela tempestade.Apenas em Nova York foram registradas 23 vítimas fatais, anunciou o governador do estado, Andrew Cuomo.Estas vítimas se somam aos 67 mortos deixados por Sandy em sua passagem pelo Caribe.Os devastadores danos materiais da tempestade, que tocou a terra na noite de segunda-feira em Atlantic City (Nova Jersey) como ciclone extratropical e ventos de até 150 km/hora, começaram a ser mensurados.A supertempestade castigou a densamente povoada região leste dos Estados Unidos, inundando boa parte das áreas baixas de Manhattan, paralisando o transporte público em muitas cidades e deixando sem eletricidade milhões de pessoas.Na terça-feira, mais de oito milhões de residências estavam sem eletricidade em 18 estados do noroeste dos Estados Unidos e na capital, Washington, anunciou o Departamento de Energia.O estado mais afetado era Nova Jersey, com 2,5 milhões de lares sem energia elétrica.Nova York lutava para superar os danos provocados por Sandy, que obrigará a cidade a passar vários dias sem seu vital serviço de metrô e sem eletricidade em dezenas de milhares de lares.Todo o serviço de transporte público nova-iorquino está suspenso desde a noite de domingo, antes da chegada do furacão, paralisando uma cidade de 8,2 milhões de habitantes.Segundo o prefeito Michael Bloomberg, esta tempestade foi "talvez a pior" experimentada por Nova York em sua história e provocou "extensos danos que não serão reparados da noite para o dia", entre eles 80 casas queimadas em um único incêndio.Após acordar como cidade fantasma, Nova York recuperou parte de sua atividade com o passar das horas, com um tráfego fluindo e mais lojas abertas no centro de Manhattan, constatou a AFP.A parte mais afetada era o sul de Manhattan, a partir da rua 40, onde umas 20 mil residências estavam seu eletricidade, uma situação que deve se manter por vários dias.Bloomberg disse esta terça-feira que levará tempo para que o metrô volte a funcionar, já que a água do mar entrou nos corredores e túneis, superando em alguns locais o nível das plataformas.Três pontes nova-iorquinas que ligam Manhattan ao Brooklyn (sudeste) foram reabertas na manhã desta terça-feira.A bolsa de Nova York, fechada desde a segunda-feira, retomará suas atividades na quarta. Mas as escolas continuarão fechadas.O furacão causou o cancelamento de 18.100 voos com origem e destino na costa leste dos Estados Unidos, reportou esta terça-feira o site especializado Flightaware.com.A maior parte dos aeroportos que atendem a cidade de Nova York, sobretudo JFK, La Guardia e Newark, permanecia fechada esta terça-feira. Na quarta-feira, o JFK prevê reabrir, mas nada se sabia sobre La Guardia e Newark ao anoitecer desta terça.O tradicional desfile de Halloween pelas ruas de Manhattan, que estava previsto para a quarta-feira, foi cancelado, informou à AFP a polícia de Nova York. Esta é a primeira suspensão do desfile em 39 anos de história, segundo o site oficial do evento, Halloween-nyc.com-- Reatores nucleares desligados -- Três reatores nucleares foram desligados como consequência da tempestade, dois em Nova Jersey e um no estado de Nova York.Os reatores foram colocados fora de serviço devido a problemas de circulação de água e da rede elétrica externa e não apresentavam riscos de segurança, segundo as empresas que os administram.Também em Nova Jersey, as águas romperam um dique e ameaçavam três povoados do condado de Bergen, a poucos quilômetros de Nova York, informou a polícia.Obama decretou estado de emergência em todo o estado de Nova York, o que permitirá o acesso a recursos federais para os atingidos em vários condados, informou a Casa Branca. Nova Jersey também foi declarada em estado de catástrofe.A empresa de avaliação de desastres Eqecat destacou que Sandy poderia afetar 60 milhões de americanos e provocar danos superiores a US$ 20 bilhões.Segundo serviços de meteorologia, a extensão da tempestade e a confluência de uma frente fria procedente do Canadá foram os fatores que tornaram Sandy tão devastadora.O Centro Nacional de Furacões (CNF), sediado em Miami, informou que foram mantidos os alertas de inundações e chuvas para a metade da costa atlântica e que Sandy levará fortes nevascas em seu deslocamento para o interior do continente, embora seus ventos se amenizem.Tanto Obama quanto seu adversário republicano, Mitt Romney, são conscientes da importância de dar toda a atenção ao furacão para evitar um desgaste de imagem como o sofrido pelo presidente George W. Bush em 2005 devido à frágil resposta que as autoridades deram à chegada do furacão Katrina que devastou Nova Orleans.mar/spc/mvv/lr

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