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Romney irrita democratas com piada sobre nascimento de Obama

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O pré-candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney, brincou nesta sexta-feira em seu estado natal, Michigan, à custa dos velhos rumores sobre o suposto nascimento fora do país do presidente Barack Obama, e irritou os democratas por apoiar vozes "estridentes".

Romney, que tinha tomado distância dos setores mais radicais de seu partido que questionaram a autenticidade da certidão de nascimento de Obama - e portanto seu direito a ser presidente -, realizou uma referência velada ao tema, em tom de piada, que provocou a ira na campanha democrata.

"Nunca ninguém me perguntou pela minha certidão de nascimento. Todos sabem que este é o lugar onde (minha esposa Ann e eu) nascemos e fomos criados", afirmou Romney em Commerce, Michigan, perante os risos da audiência.

Durante o ato eleitoral, Romney foi acompanhado por sua esposa Ann, também oriunda de Michigan, e pelo "número dois" de sua candidatura, Paul Ryan, congressista pelo estado vizinho de Wisconsin.

A campanha de Obama não demorou para criticar o comentário e seu secretário de imprensa, Ben La Bolt, recriminou em comunicado que "ao longo da campanha, o governador Romney abraçou as vozes mais estridentes de seu partido em vez de enfrentá-las".

"Uma coisa é oferecer o palanque em (Convenção Republicana de) Tampa ao multimilionário Donald Trump, mas sua decisão de ele seguir a corrente deveria fazer qualquer eleitor racional dos EUA pensar", acrescentou.

O multimilionário Donald Trump, que ventilou a possibilidade de se apresentar como candidato republicano este ano e finalmente apoiou Romney, continuou questionando a validade da certidão de nascimento de Obama, apesar de a Casa Branca ter publicado em 2011 o documento que comprova que o presidente nasceu em um hospital do Havaí.

Por sua vez, a equipe de campanha de Romney negou que o ex-governador de Massachusetts estivesse questionando a autenticidade do nascimento e se afastou das críticas.

Kevin Madden, assessor do candidato republicano, afirmou que o governador sempre disse, e o fez repetidamente, que acredita que o presidente nasceu nos EUA.

"Só estava se referindo a que Michigan, onde fazia campanha hoje, é o estado onde o mesmo nasceu e cresceu", explicou Madden em uma nota para minimizar o assunto.

Por outro lado, Romney reiterou que os americanos não querem "quatro anos mais de um Governo intrusivo", em referência às políticas de Obama, destacando seu compromisso com os empreendedores que construíram os EUA.

"É o povo que transformou os EUA no que são, não o Governo", afirmou.

A campanha de Romney é centrada, grande parte de suas críticas esta semana, em declarações de Obama em julho nas quais defendeu sua proposta de aumento dos impostos sobre as grandes fortunas e os investimentos governamentais como base do desenvolvimento econômico do país.

Apesar de vários meios de comunicação e colunistas terem acusado Romney e Ryan de tirar essas declarações de contexto para fazer ver que Obama não apoia o espírito empreendedor, ambos os políticos republicanos criticaram repetidamente as palavras do presidente como voltaram a fazer hoje.

Além disso, em uma teleconferência, Russ Schriefer, estrategista de campanha de Romney, adiantou as mensagens que o Partido Republicano tentará transmitir aos eleitores na convenção Republicana que começa na segunda-feira e termina na quinta em Tampa (Flórida).

No primeiro dia, os oradores, entre os quais se encontra Ann Romney, se centrarão em ressaltar os erros da equipe de Obama e que "o governador Romney o fará melhor" como presidente.

Na terça-feira, o dia será voltado para as críticas às declarações de Obama sobre os empreendedores e o papel do Governo, para ressaltar a necessidade de menos interferência do Estado.

Nos dois últimos dias de convenção, Schriefer reconheceu que deixarão de um lado as críticas a Obama para destacar as propostas republicanas "para ajudar a classe média".

Na noite de nomeação de Romney os estrategistas de campanha querem se servir do auge da audiência de sua nomeação oficial como candidato à Presidência para mostrar unidade e "que ele é o único qualificado para combater os problemas do país". EFE

afs-jmr/ma

EFE   
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