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Mundo

Restringir viagens contra gripe suína não é solução, diz OMS

27 abr 2009 - 19h44
(atualizado às 20h07)
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou nesta segunda-feira aos governos que se concentrem em combater a gripe suína, mas que, por outro lado, não restrinjam viagens ou fechem fronteiras porque o vírus já está estendido e, portanto, segundo ela, estas medidas não serviriam mais para nada.

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, adotou esta decisão após consultar o comitê de especialistas da organização, que também concordou em elevar o nível de alerta pandêmico da fase 3 à fase 4, de uma escala de 6, ao verificar que o vírus A/H1N1 é transmitido de pessoa para pessoa.

Esta informação foi divulgada pelo diretor-adjunto, Keiji Fukuda, em entrevista coletiva telefônica, na qual ressaltou que "a experiência nos diz que as restrições de viagens e o fechamento de fronteiras têm pouco efeito em frear o movimento do vírus".

A OMS pede que se continue a produção de vacinas para a gripe sazonal, pois ela ajuda a neutralizar o vírus da gripe suína, enquanto se trabalha para criar uma vacina específica contra esta, o que, segundo ele, pode levar de quatro a seis meses - e mais diversos meses mais para fabricá-la em grandes quantidades.

A OMS trabalha estreitamente com todas as partes envolvidas na produção de vacinas para desenvolver o mais rápido possível uma contra a gripe suína.

Embora não recomenda a restrição de viagens, a organização admitiu que certas medidas devem ser adotadas, entre elas a de evitar viagens internacionais, se estiver doente, ou ir ao médico, se após uma viagem, uma pessoa apresentar sintomas da gripe.

A reunião de hoje foi a segunda do comitê de emergência da OMS, criado em 2005, depois da que fora realizada no sábado, A mudança a uma fase superior de alerta pandêmica indica, segundo a OMS, que se aumentou a possibilidade de uma pandemia, mas não que esta seja inevitável.

Fukuda explicou que, pelo fato de a situação estar evoluindo muito rapidamente, não se pode prever se a fase 4 permanecerá, se o nível de gravidade passará à fase 5, ou se, pelo contrário, voltará ao nível 3.

Ele esclareceu que o fato de não ter passado à fase 5 deve-se a que os dados epidemiológicos indicam que a transmissão pessoa a pessoa ainda não é sustentada.

Como exemplo, citou o único caso confirmado na Espanha, o de um jovem de 23 anos que retornou de uma viagem ao México.

"Trata-se de um caso de uma pessoa que retornou do México, mas não vemos que o vírus tenha passado dele a outras pessoas de sua comunidade", afirmou.

Precisamente, a habilidade do vírus para se transmitir em uma comunidade e criar novos focos da doença levaria a um nível mais alto de alerta, próximo à pandemia iminente.

Fukuda disse que uma das perguntas sobre esta crise que ainda não têm resposta para a OMS é por que a doença é muito mais severa no México, onde há 20 mortos confirmados, 149 suspeitos de terem sido por gripe suína e mais de 1.600 doentes, do que nos demais países.

Ele deu como exemplo de comparação os Estados Unidos, onde não há mortos e os 40 casos registrados até agora são quase todos leves.

Os sintomas da gripe suína, um subtipo da tradicional H1N1 (gripe sazonal) que sofreu mutação ao passar dos porcos aos humanos, são febre superior a 39 graus, tosse, dor de cabeça intenso, dores musculares e de articulações, irritação dos olhos e catarro.

EFE   
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