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Mundo

Relatório: migração para países ricos traz melhorias de vida

5 out 2009 - 10h22
(atualizado às 10h49)
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Rendimentos 15 vezesmais elevados, escolaridade duas vezes maior, taxa de mortalidadeinfantil 16 vezes menor e mais acesso à saúde são alguns dosbenefícios que a migração traz para trabalhadores que mudam depaíses em desenvolvimento para nações ricas em todo o mundo. Aconclusão está no estudo Ultrapassar Barreiras: Mobilidade eDesenvolvimento Humanos, que faz parte do Relatório deDesenvolvimento Humano 2009, divulgado nesta segunda pelo Programa dasNações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

"O relatório entendemigração como um direito humano. As pessoas migram em busca de umavida melhor", ressaltou o coordenador do relatório no Brasil,Flávio Comim.

No Brasil, a taxa demigração interna é de 10,1%. A taxa de emigração, ou seja, debrasileiros que vão para o exterior, é de 0,5% e tem se mantidoestável, segundo Comim. Já a taxa de imigração, que se refere apessoas que vêm de outros países para o Brasil, tem caído eatualmente é de 0,4%.

Em 1960, havia 1,3milhão de imigrantes no Brasil. Atualmente esse número é de 686,3mil pessoas. O relatório não explica o que motivou a queda nonúmero de estrangeiros morando no Brasil.

Segundo ocoordenador do relatório, a maior parte da migração ocorre internamente e não entre países. Há cerca de 1 bilhão demigrantes em todo o mundo, dos quais 740 milhões mudam de cidade em ummesmo país.

As pessoas pobres, segundo o relatório, são asque mais se beneficiam com o processo migratório, mas também sãoas que mais sofrem com os obstáculos impostos por ele. Em geral,elas fogem de desastres naturais, regiões em conflito ou da pobreza,e, com isso, ficam mais expostas aos riscos da migração, como otráfico de pessoas. A assistência à saúde e o acesso à educaçãosão os principais motivos da mudança, acima inclusive dos saláriosmais elevados.

Os altos custos financeiros da mudança acabampropiciando a migração irregular, o que expõe ainda mais osimigrantes às pressões dos países de destino. "Isso é um pontoimportante. Existe muita desigualdade nas oportunidades que sãodadas para pessoas com diferentes níveis de habilidade. É possívelperceber que, daqueles lugares onde o Índice deDesenvolvimento Humano (IDH) é muito baixo, a migração resulta numdiferencial de renda muito maior do que para aquelas que migram de umpaís onde o IDH já é alto", afirmou Comim.

O relatóriosugere que os países facilitem o acesso dos imigrantes a documentose à regularização, para promover o acesso dessas pessoas aserviços de assistência social e de saúde. Segundo o coordenador,o objetivo do relatório não é estimular a migração para paísesricos, mas buscar a formalização das pessoas que vivem nessasnações. "A motivação das pessoas não vai deixar de existirenquanto você tiver diferenciais de qualidade de vida. A questão éque elas podem continuar se movimentando em condições humanas ousubumanas", avaliou.

Agência Brasil Agência Brasil
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