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Rebeldes sírios impõem feroz resistência em Aleppo

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ALEPPO, Síria, 12 Ago 2012 (AFP) -Os rebeldes sírios resistiam ferozmente às tropas do regime do presidente Bashar al-Assad neste domingo em Aleppo, cidade-chave em um conflito novamente marcado por atrocidades, com execuções sumárias feitas pelas duas partes.Enquanto isso, uma reunião ministerial árabe sobre a Síria prevista para ser realizada na Arábia Saudita foi adiada para uma data indeterminada, sem explicações da Liga Árabe.Quatro dias depois de ter lançado sua ofensiva terrestre para expulsar os rebeldes de Aleppo (norte), tanques e aviões de combate do Exército mantêm os bombardeios contra vários bairros.Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os bairros de Chaar, Tariq al-Bab, Hanano, Boustane al-Qasr e Salaheddine têm sido alvo de violentos disparos de artilharia.O Exército Sírio Livre (ESL, formado por desertores e civis que pegaram em armas) afirmou ter retomado posições "estratégicas" em Salaheddine, setor fundamental para os rebeldes do qual o Exército afirmava manter totalmente o controle.Segundo o jornal oficial Al-Watan, o caminho para o bairro Sukkari, segundo reduto mais importante para os rebeldes, "está mais aberto para o Exército, que tomou o controle de vários eixos que o permitem ocupá-lo".As comunicações estão totalmente cortadas com a cidade e não é possível entrar em contato com os militantes no local.Execuções sumárias Com a violência atingindo a marca de mais de 21.000 mortos desde o início da revolta contra o presidente Assad, em março de 2011, as duas partes estão envolvidas em novos casos de atrocidades.Em Homs (centro), soldados ajudados por milicianos "executaram" dez jovens no bairro de Chamas, onde entraram após horas de bombardeio, de acordo com o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão opositora.As vítimas foram escolhidas entre 350 pessoas reunidas em um local, indicou o CNS, que disse temer um "terrível massacre". Essa informação não pôde ser confirmada por fontes independentes.Em outro episódio, três crianças com entre seis e onze anos morreram atingidas por tiros disparados contra um ônibus que transportava habitantes que fugiam do bairro, de acordo com o OSDH.Um jornalista da agência oficial Sana, Ali Abbas, foi assassinado no sábado à noite em sua casa na província de Damasco, indicaram a agência e o OSDH.Já na província de Damasco, dois soldados de um centro de defesa aérea foram mortos pelos rebeldes, enquanto as localidades vizinhas de Al-Tal e de Harista eram bombardeadas, de acordo com o OSDH, ONG com sede na Grã-Bretanha que baseia seus registros em uma rede de militantes e de testemunhas.Combates eram registrados também nas províncias de Idleb (noroeste) e de Deraa (sul), berço da revolta contra o regime Assad, cuja família governa o país com mão de ferro há quatro décadas.No dia seguinte à morte de cerca de 150 pessoas no sábado, os atos de violência deixaram 29 mortos neste domingo, incluindo 15 civis, de acordo com um registro provisório do OSDH.Reunião árabe adiada Em Beirute, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, alertou que não deixará ninguém "importar" o conflito sírio para o seu país, três dias depois da prisão de um ex-ministro ligado a Damasco, acusado de preparar atentados a mando do chefe da segurança síria, general Ali Mamlouk.Essa declaração é feita algumas horas antes de uma reunião neste domingo à noite em Jeddah dos chefes da diplomacia das seis monarquias do Golfo (Arábia Saudita, Omã, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Bahrein) sobre a crise síria.No entanto, a "reunião de emergência" dos ministros árabes das Relações Exteriores, anunciada para este domingo, com o objetivo de debater principalmente a substituição do mediador internacional Kofi Annan, foi adiada sem que uma nova data fosse determinada, anunciou o número dois da Liga Árabe, Ahmed Ben Helli.Annan renunciou após o fracasso de seus esforços de paz, devido em parte, segundo ele, às divergências persistentes dentro do Conselho de Segurança da ONU. Segundo diplomatas na ONU, o diplomata argelino Lakhdar Brahimi deve sucedê-lo, mas este ainda não deu a sua resposta.Uma cúpula islâmica também deve abordar a questão síria na terça-feira por iniciativa do rei Abdallah, da Arábia Saudita, que busca mobilizar o mundo muçulmano em favor do levante na Síria.No âmbito humanitário, médicos franceses começaram a montar um hospital de campanha no campo jordaniano de Zaatari, que acolhe milhares de refugiados sírios. Oitenta toneladas de equipamentos médicos enviados pela França chegaram neste sábado ao país.bur-tp-ao/dm

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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