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Proposta russa para evitar ataque à Síria ganha força

10 set 2013 - 14h24
(atualizado às 15h30)
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Proposta de Moscou de colocar armas químicas de Assad sob vigilância internacional recebe aceno positivo de Damasco e, endossada pela China, é levada ao Conselho de Segurança pela França.

A inesperada proposta russa de que a Síria abra mão de suas armas químicas para evitar um ataque americano ganhou força nesta terça-feira (10/09), após o aceno positivo de Damasco, a decisão francesa de levar a questão ao Conselho de Segurança da ONU e o endosso de países-chave, como Irã e China.

A resolução francesa, em primeiro lugar, condenará o massacre de 21 de agosto nos arredores de Damasco, exigirá que o ataque seja punido e pedirá ao regime sírio que detalhe seu arsenal químico e o deixe sob "completa disposição" da comunidade internacional.

"As coisas mudaram desde segunda-feira, e para melhor. É preciso apertar a mão que se oferece, mas não cair numa armadilha. É necessário ser extremamente vigilante para evitar uma manobra protelatória", afirmou o ministro francês de Relações Exteriores, Laurent Fabius.

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Os Estados Unidos afirmaram ver positivamente a iniciativa de Moscou, porém alertaram contra manobras para retardar uma possível intervenção militar. A proposta russa surgiu na segunda-feira, a partir de um comentário aparentemente despretensioso do secretário americano de Estado, John Kerry.

"Estamos esperando pela proposta. Mas não vamos esperar para sempre", disse Kerry em audiência na Câmara dos Representantes. "O presidente Obama vai estudar a questão cuidadosamente, mas tem que ser real, tem que ser verificável. Não pode ser uma tática para retardar."

Debate no Congresso dos EUA

Nesta terça-feira, um grupo bipartidário de oito senadores apresentou no Congresso americano uma resolução alternativa, que daria à ONU tempo para assumir o controle das armas químicas sírias.

Se for adiante, a proposta pode minar os esforços do presidente Barack Obama para, até o fim desta semana, conseguir no mesmo Congresso a aprovação de uma intervenção militar na Síria.

Em Moscou, o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallen, declarou que seu país aceitou a proposta da Rússia. Segundo ele, a decisão tem como objetivo "deixar sem argumentos a agressão americana".

"Na segunda-feira realizamos uma rodada de conversas muito frutíferas com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, que apresentou a iniciativa sobre as armas químicas. Logo manifestamos nossa aprovação à iniciativa russa", disse Muallen, citado pela agência de notícias russa Interfax.

Apoio da UE

A China, que tem poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, declarou apoio à iniciativa russa e pediu que a comunidade mundial também responda de forma "positiva" à sugestão de Moscou.

"A iniciativa levará a uma diminuição das tensões, à resolução da situação de forma política e vai garantir a estabilidade da Síria e da região", afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.

Até aqui, o principal aceno negativo veio da Turquia, que considerou que não intervir militarmente na Síria servirá apenas para encorajar o regime de Assad a cometer novos massacres. "Se Assad vai ganhar tempo com medidas cosméticas para fazer esquecer os crimes cometidos, estará sendo dado sinal verde para novos massacres", afirmou o chanceler turco, Ahmet Davotoglu.

A União Europeia vê a proposta russa e o sinal positivo de Damasco com otimismo, mas deixou claro que vai avaliar se realmente se trata de uma iniciativa séria. Tanto o bloco europeu quanto Washington temem que a proposta seja usada para Assad ganhar tempo, frente a um eventual ataque americano.

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