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Mundo

Primeiro-ministro tcheco Petr Necas deve renunciar hoje

17 jun 2013 - 08h55
(atualizado às 10h04)
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O primeiro-ministro da República Tcheca, o conservador Petr Necas, deve apresentar nesta segunda-feira oficialmente sua renúncia após ser afetado por um dos maiores escândalos de corrupção política desde a queda do comunismo.

O primeiro-ministro, cuja chefe de gabinete é uma das detidas em uma série de revistas de vários escritórios do governo na semana passada, deixará com sua renúncia também a presidência do partido de situação ODS.

A presidência tcheca informou hoje à imprensa que espera-se que o primeiro-ministro apresente sua renúncia em reunião com o chefe do Estado, Milos Zeman, que começa às 16h (13h de Brasília) no Castelo de Praga.

Necas se viu envolvido no escândalo por sua relação com Jana Nagyova, considerada sua mão direita, e suspeita de subornar deputados, ter contato com grupos do crime organizado e ordenar que os serviços de inteligência vigiem a esposa do próprio primeiro-ministro.

"Sou consciente de que uma mudança de rumo em minha vida privada está atingindo a cena política e do partido ODS", reconheceu Necas ontem à noite ao anunciar sua renúncia hoje.

"Chegou o momento e aceito toda a responsabilidade política", disse o primeiro-ministro, que até no domingo à tarde negou ter intenções de renunciar.

Segundo a Constituição tcheca, com a renúncia do primeiro-ministro cai também o governo de coalizão atual.

Os três membros de coalizão se reunirão hoje para analisar como seguir adiante após a renúncia de Petr Necas, enquanto a oposição, liderada pelos social-democratas, exige eleições antecipadas após o escândalo.

No entanto, os três partidos governantes, o conservador ODS, o centrista Top09, do ministro das Relações Exteriores, Karel Schwarzenberg, e o partido liberal Lidem, esperam poder se manter no poder com um novo primeiro-ministro até as eleições gerais previstas para a primavera de 2014.

Segundo a "Radio Praga", um possível sucessor para Necas é o atual ministro de Transporte e vice-presidente do ODS, Martin Kuba.

Por enquanto, o presidente do país, Milos Zeman, não se pronunciou sobre o anúncio de Necas, que iniciou seu mandato há três anos com o compromisso de lutar contra a corrupção no país centro-europeu.

Na maior operação contra a corrupção política desde a queda do comunismo, centenas de policiais registraram escritórios do governo tcheco na madrugada da quinta-feira passada e detiveram a oito pessoas, entre elas a Nagyova, assim como o atual e o anterior responsável dos serviços secretos militares.

Na operação, sobre a qual sabe-se poucos detalhes, a polícia interceptou mais de 5 milhões de euros em dinheiro e várias dezenas de quilos de ouro.

EFE   
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