PUBLICIDADE

Mundo

Primeiro-ministro tcheco diz que renunciará ao cargo nesta 2ª feira

16 jun 2013 - 19h34
(atualizado às 19h53)
Compartilhar

O primeiro-ministro da República Tcheca, o conservador Petr Necas, anunciou neste domingo que apresentará sua renúncia amanhã para facilitar a transição do atual governo de três partes, que terminará sua legislatura em maio de 2014.

Necas se viu fragilizado após a detenção de seu chefe de gabinete na última quinta-feira, o qual foi acusado pelas autoridades do país de abuso de poder, suborno e espionagem ilegal.

"Renunciarei como primeiro-ministro amanhã", declarou Necas em entrevista coletiva após uma reunião extraordinária de seu conservador Partido Democrático Cidadão (ODS). "Chegou o momento e aceitou toda a responsabilidade política", acrescentou.

Segundo o primeiro-ministro tcheco, sua renúncia favorecerá que outra pessoa de sua formação possa ocupar o cargo de primeiro-ministro na coalizão com os conservadores liberais (TOP09) e liberais democráticos (Lidem).

O Executivo deverá ser reformulado e buscar uma maioria parlamentar com capacidade de governo, segundo a Constituição tcheca, um processo que pode se prolongar por várias semanas.

Na maior operação contra a corrupção política desde a queda do comunismo, centenas de policiais registraram escritórios do governo na madrugada da última quinta-feira e prenderam oito pessoas, entre elas a Jana Nagyova, chefe de gabinete de Necas, assim como o atual e o anterior responsável pelos serviços secretos militares.

Segundo fontes judiciais, uma das pessoas supostamente espionada de forma ilegal por ordem de Jana seria a ainda esposa - em processo de divórcio - do primeiro-ministro, Radka Necasova.

A imprensa tcheca chegou a especular uma relação sentimental entre Necas e sua estreita colaboradora, que teria utilizado os serviços secretos para espionar a esposa do líder com fins privados.

Necas, que até então havia negado uma possibilidade de renúncia, se distanciou de sua colaboradora nas últimas horas, afirmando que não conhecia nada sobre os supostos casos de vigilância ilegal.

A renúncia do primeiro-ministro tcheco se produz um dia depois que o presidente do país, Milos Zeman, considerasse "muito graves" as acusações da Promotoria, as quais, segundo ele, eram sustentadas em "provas sólidas".

A pressão em torno da renúncia ganhou força hoje ao sugerir o líder de um de seus parceiros de coalizão, a liberal-democrata Karolina Peake, que uma das saídas para situação era terminar a legislatura com outro primeiro-ministro.

O governo de Necas se encontra muito debilitado por suas políticas de ajuste e por anteriores escândalos de corrupção, sendo que, apesar ter sobrevivido a cinco moções de censura desde 2010, ele dirige o país em minoria parlamentar desde o final de 2012.

A oposição social-democrata tinha anunciado que apresentaria uma moção de censura na próxima semana caso o primeiro-ministro tcheco não apresentasse sua renúncia, classificando sua situação como insustentável.

EFE   
Compartilhar
Publicidade