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Mundo

Pressão internacional sobre Israel pelo anúncio de novas colônias

França, Grã-Bretanha, Espanha, Suécia e Dinamarca convocaram nesta segunda-feira os embaixadores de Israel em seus países para protestar contra o projeto de 3 mil novos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, enquanto os Estados Unidos pedira

3 dez 2012 - 18h34
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PARIS, França, 03 dez 2012 (AFP) - França, Grã-Bretanha, Espanha, Suécia e Dinamarca convocaram nesta segunda-feira os embaixadores de Israel em seus países para protestar contra o projeto de 3 mil novos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, enquanto os Estados Unidos pediram a Tev Aviv para reconsiderar a decisão."Pedimos aos líderes israelenses que reconsiderem essas decisões unilaterais e mostrem cautela, já que essas atitudes são contraproducentes e tornam mais difícil retomar negociações diretas" com os palestinos, disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.Mais cedo, o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, havia advertido que a decisão de Israel seria "especialmente prejudicial" para os esforços em favor de uma solução do conflito com os palestinos que leve à criação de dois Estados.A Rússia disse que "a construção nas colônias nos territórios palestinos ocupados por Israel em 1967, incluindo Jerusalém Oriental, é ilegal", e não-reconhecida pela comunidade internacional.Yossi Gal e Daniel Taub, embaixadores israelenses na França e na Grã-Bretanha respectivamente, foram convocados nesta segunda-feira para ouvir a reprovação de Paris e as preocupações de Londres sobre a ampliação das colônias judaicas.Pouco depois, Suécia e Dinamarca tomaram a mesma iniciativa.A Espanha também convocou o embaixador de Israel em Madri para protestar contra o anúncio e a decisão de congelar a transferência de impostos que Israel arrecada para os territórios palestinos, duas medidas que "não são passos em direção à paz", mas "ao prolongamento do conflito", declarou o ministro das Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo.A Alemanha não convocou o embaixador, mas manifestou profunda preocupação porque considera que "Israel compromete a confiança em sua vontade de negociação".Israel anunciou na sexta-feira a intenção de construir 3.000 novas casas em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, principalmente na zona chamada de E1, particularmente problemática. Situada entre Jerusalém e a colônia de Maaleh Adunim, onde Israel tinha se comprometido com os Estados Unidos a não construir, esta zona, se assentada, unificaria Maaleh Adunim ao bairro de colonização de Jerusalém, dividindo a Cisjordânia em duas e comprometendo a viabilidade de um futuro Estado palestino.Israel anunciou o projeto de construção no dia seguinte ao voto da Assembleia Geral da ONU que deu à Palestina o status de Estado observador não-membro das Nações Unidas.França, Espanha, Suécia e Dinamarca votaram a favor dessa resolução. A Grã-Bretanha e a Alemanha se abstiveram.Como represália à resolução, Israel também anunciou no domingo o bloqueio temporário da transferência de 460 milhões de shekels (cerca de 92 milhões de euros) para a Autoridade Palestina de impostos coletados pelo Estado hebraico. "Obstáculo para solução de dois Estados" Para Londres, as novas construções anunciadas "dificultam mais ainda o encontro de uma solução baseada em dois Estados tendo Jerusalém como capital dividida"."Se for confirmada, esta decisão (de construção) seria grave. Ela constituiria um obstáculo sério para uma solução de dois Estados, apresentando obstáculos à soberania territorial de um futuro Estado palestino", declarou no sábado o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius.França e Grã-Bretanha ainda não confirmaram se pretendem chamar seus embaixadores em Israel de volta a seus países, o que constituiria um precedente nas relações diplomáticas com o Estado hebraico."Existem outros meios de mostrar nosso descontentamento", declarou o porta-voz adjunto do Quai d''Orsay, Vincent Floreani."Qualquer decisão sobre eventuais medidas tomadas pelo Reino Unido dependerá das discussões com o governo israelense e com nossos parceiros internacionais como os Estados Unidos e a União Europeia", indicou o Foreign Office.De acordo com o jornal israelense de esquerda Haaretz, Paris e Londres devem tomar uma decisão conjunta.O presidente François Hollande afirmou nesta segunda-feira que a França "não quer entrar em uma lógica de sanções" com Israel, e sim realizar um "trabalho de convencimento". "Nossa grande preocupação é a instalação de novos assentamentos em colônias com todas as consequências que isso poderia ter no processo de paz", disse Hollande.Já o Ministério britânico das Relações Exteriores informou, sem dar mais detalhes, que "qualquer outra medida que o Reino Unido possa tomar contra Israel dependerá de nossas discussões atuais com o governo israelense e nossos sócios internacionais, entre eles os Estados Unidos e a União Europeia".Em Israel, uma fonte do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o governo israelense não renunciará a seu projeto, apesar das pressões internacionais."Israel insiste sempre em seus interesses vitais, inclusive sob pressões internacionais, e não haverá mudança na decisão tomada", disse a fonte.A ONG israelense A Paz Agora denunciou a instalação de novos colonos judeus em um edifício no coração do bairro palestino de Jerusalém, o que significa ampliar uma pequena colônia que existe há dois anos.burs-cf/prh/mc/pc-pa/mv/dm

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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