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Premiê sérvio é alvo de pedrada em evento que lembra genocídio em Srebrenica

11 jul 2015 - 11h44
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O primeiro-ministro da Sérvia, Aleksandar Vucic, foi vaiado e atingido por uma pedra e outros objetos quando deixava a cerimônia que lembra os 20 anos do massacre de 8 mil muçulmanos na cidade de Srebrenica e cometido por tropas servo-bósnias.

Ao sair do Centro Memorial de Potocari, onde o ato foi realizado, Vucic recebeu muitas vaias, e alguns dos presentes lançaram em sua direção garrafas e pedras, e o político sérvio foi atingido na cabeça por uma delas, de acordo com o portal bósnio de notícias "Klix".

Uma pessoa foi detida pelas agressões a Vucic, segundo a imprensa local. Este foi o primeiro incidente violento desde 2003, quando começaram as homenagens oficiais às vítimas do massacre de Srebrenica.

Após o incidente, o clérigo muçulmano Hussein Kavazovic pediu ao público "dignidade" e que voltasse sua atenção aos caixões das vítimas que serão enterradas hoje.

Primeiro chefe de governo sérvio a participar de uma dessas homenagens em Srebrenica, Vucic havia condenado mais cedo o massacre ocorrido há 20 anos, que classificou como um "monstruoso crime".

Esta não foi a primeira vez que a Sérvia reconheceu o crime ou pediu perdão, mas o país insiste em negar que o caso se trata de um genocídio.

"Não há palavras com as quais se pode manifestar o lamento e a tristeza pelas vítimas, nem a raiva e amargura para os que cometeram esse monstruoso crime", disse Vucic em comunicado.

O Ministerio das Relações Exteriores da Sérvia, por sua vez, condenou a agressão sofrida pelo premiê.

"É outra consequência negativa da politização deste tema, que levou a novas divisões e ao ódio em vez da reconciliação. Não foi um ataque só a Vucic, mas a toda a Sérvia e a sua política de paz e cooperação regional", denunciou a pasta em nota.

Há dois dias, a Rússia, aliada da Sérvia, vetou na ONU a aprovação de uma resolução que se referia ao massacre de Srebrenica como um genocídio.

O antigo enclave de Srebrenica, uma região protegida na época da guerra por boinas azuis holandeses da ONU, foi ocupado em 11 de julho de 1995 pelas tropas sob o comando do general servo-bósnio Ratko Mladic. Dois dias depois, começaram as execuções maciças de 8 mil muçulmanos. Os restos mortais das vítimas do massacre foram exumados após serem encontrados em várias valas comuns no leste da Bósnia.

O Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia condenou três dirigentes militares servo-bósnios a prisão perpétua por sua responsabilidade no genocídio. Os líderes político e militar durante a guerra, Radovan Karadzic e Ratko Mladic, respectivamente, estão sendo processados.

EFE   
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