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Mundo

Premiê anuncia que assume presidência interina da Tunísia

14 jan 2011 - 16h03
(atualizado às 16h49)
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O primeiro-ministro tunisiano, Mohamed Ghannouchi, anunciou nesta sexta-feira na televisão estatal que assume a Presidência interina, após o presidente Zine el Abidine Ben Ali ter abandonado a Tunísia.

Imagem do Canal 7 mostra o premiê da Tunísia, Mohammed Ghannouchi, anunciando que estava assumindo temporariamente o poder
Imagem do Canal 7 mostra o premiê da Tunísia, Mohammed Ghannouchi, anunciando que estava assumindo temporariamente o poder
Foto: AFP

O exército tomou nesta sexta-feira o controle do aeroporto internacional de Túnis-Cartago e o espaço aéreo do país foi fechado, informou à AFP um funcionário de alto escalão do setor aeroportuário.

Um pouco antes da reviravolta, o governo tunisiano havia decretado estado de emergência em todo o país, com toque de recolher entre 18h e 6h, acompanhado da proibição de reuniões em via pública e autorização às forças da ordem de disparar contra qualquer "suspeito" que resistir às ordens.

Antes de decretar estado de emergência, Ben Ali já havia dissolvido o governo e convocado eleições legislativas antecipadas. Durante o dia, a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo contra milhares de manifestantes que pediam a renúncia do presidente em Túnis, que havia discursado na véspera numa tentativa de diminuir a tensão em seu país.

Nesta sexta, ainda, o embaixador da Tunísia na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Mezri Haddad, anunciou nesta sexta-feira sua renúncia ao posto após pedir ao presidente Zine El Abidine Ben Ali que aplicasse uma série de medidas para pôr fim nos distúrbios desencadeados no país.

Tunísia enfrenta crise social e política

Desde as duas últimas semanas, a Tunísia vive uma tensão deflagrada nas ruas. Jovens e estudantes iniciaram protestos contra os altos índices de desemprego e falta de liberdade política, na maior onda de manifestações em décadas.

Em meio a pedidos de calma à população, o governo de Ben Ali anunciou o fechamento de universades e escolas. O exército também saiu às ruas para frear as manifestações, gerando confrontos com os manifestantes e um número ainda incerto de mortos, mas que poderiam passar de 50.

Críticos acusam o governo de corrupção e de usar a ameaça de grupos islâmicos e a necessidade de atrair investimentos estrangeiros como pretexto para manter políticas domésticas repressivas e violar os direitos civis básicos da população.

EFE   
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