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Mundo

Pena de morte para mulher no Irã causa comoção internacional

10 jul 2010 - 17h12
(atualizado às 17h39)
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A possibilidade de execução por apedrejamento da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, acusada e condenada por relacionamento ilícito fora do casamento no Irã, está gerando comoção internacional. Apesar de a embaixada iraniana em Londres ter negado na quinta-feira (8) que a mulher será apedrejada, manifestações de repúdio à ação persistem, assim como o temor de que a condenação ocorra de outra forma.

Ashtiani foi condenada em maio de 2006 por ter "relações ilícitas" com dois homens e recebeu uma pena de 99 chicotadas. Após a punição, voltou a ser acusada de adultério e condenada à morte por apedrejamento.

De acordo com o código penal iraniano, aprovado em 1991, e que estava em estudos para mudanças em 2009, o apedrejamento ocorre quando o homem trai uma mulher com quem é casado, já fez sexo e pode fazer sexo quando quiser, e quando a mulher trai um homem que a sustenta e com quem é casada, já fez sexo e é capaz de fazer novamente.

Um abaixo-assinado online, chamado Save Sakineh, reúne, de acordo com a organização do site, mais de 38 mil assinaturas até as 16h45 do sábado. Nomes como os cantores Chico Buarque, Caetano Veloso, Sting e Annie Lennox, o casal de atores Michael Douglas e Catherine Zeta Jones, a viúva do beatle John Lennon, Yoko Ono, a estilista Diane von Furstenberg e ativista iraniana Shirin Ebadi constam como signatários, mas não é possível comprovar a autenticidade das adesões.

A Anistia Internacional, de acordo com a edição de hoje do jornal americano Washington Post, teme que Ashtiani seja executada de outra maneira, lembrando que, no ano passado, três pessoas foram sentenciadas à morte no Irã por enforcamento em vez de serem apedrejadas.

Autoridades também se manifestaram em repúdio à condenação de Ashtiani. O governo britânico, Catherine Ashton, chefe da diplomacia da União Europeia, a ex-secretária de Estado americana Condoleezza Rice e o timorense José Ramos-Horta, Prêmio Nobel da Paz, condenaram o possível apedrejamento, segundo o jornal espanhol El País.

A mídia não ficou de fora a onda de reações. O jornal britânico The Guardian, em editorial na sexta-feira (9), se posicionou sobre o assunto. "A lição desse caso é que o Irã, que é um signatário da Convenção Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, deve ser desafiado a cada ocasião em que o apedrejamento é ameaçado de ser posto em prática, até retirar a punição de seu código penal", afirma a publicação.

Fonte: Redação Terra
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