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Mundo

Partidos de oposição da Tunísia pedem governo provisório

14 jan 2011 - 16h20
(atualizado às 17h11)
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Representantes dos principais partidos políticos da oposição da Tunísia pediram nesta sexta-feira em Paris um governo provisório de três meses, como estabelece a Constituição, em virtude das informações que apontam que o presidente Zine El Abidine Ben Ali abandonou o país.

Manifestantes jogam pedras durante confrontos com forças de segurança na avenida Mohamed V em Túnis
Manifestantes jogam pedras durante confrontos com forças de segurança na avenida Mohamed V em Túnis
Foto: AFP

O porta-voz do Comitê para o Respeito das Liberdades e dos Direitos Humanos na Tunísia, Kamel Jendoubi, relatou à Efe que existe entre a oposição o temor de que um "golpe militar" esteja sendo planejado em seu país. "É uma informação inquietante, muito inquietante", alertou Jendoubi.

Em comunicado divulgado antes que se soubesse que Ben Ali abandonou a Tunísia, o Comitê, ao lado do Congresso pela República, o Partido Comunista Operário Tunisiano, o Movimento Islamita Moderado Ennahdha, entre outros, pediram a instauração de um governo provisório e a realização de eleições livres.

Tunísia enfrenta crise social e política

Desde as duas últimas semanas, a Tunísia vive uma tensão deflagrada nas ruas. Jovens e estudantes iniciaram protestos contra os altos índices de desemprego e falta de liberdade política, na maior onda de manifestações em décadas.

Em meio a pedidos de calma à população, o governo de Ben Ali anunciou o fechamento de universades e escolas. O exército também saiu às ruas para frear as manifestações, gerando confrontos com os manifestantes e um número ainda incerto de mortos, mas que poderiam passar de 50.

Críticos acusam o governo de corrupção e de usar a ameaça de grupos islâmicos e a necessidade de atrair investimentos estrangeiros como pretexto para manter políticas domésticas repressivas e violar os direitos civis básicos da população.

A crise social ganhou um novo episódio quando, nessa sexta-feira, o presidente Ben Ali abandonou o país, passando o controle do país para o Exército e o comando interino do governo para o primeiro-ministro, Mohamed Ghannouchi.

EFE   
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