Partido de Obiang vence na Guiné Equatorial após primeiros resultados
Os primeiros resultados das eleições gerais indicam uma vitória arrasadora do Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE) - de situação - presidida por Teodoro Obiang Nguema, segundo a Junta Eleitoral Nacional (JEN).
O ministro do Interior e de Corporações Locais, Clemente Engonga Nguema Onguene, que também preside a JEN, forneceu ontem à noite esses dados preliminares que apontam o PDGE como vencedor, que disputou as eleições em coalizão com outros dez partidos minoritários.
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Engonga divulgou os resultados em um ato ao qual foram 20 embaixadores credenciados em Malabo e alguns observadores internacionais das eleições de ontem.
O ministro disse que a JEN ainda não pôde fornecer os índices de participação e a porcentagem exata obtida por cada partido, já que só foi realizada uma apuração inicial em algumas mesas eleitorais tanto na ilha de Bioko como na parte continental do país, na província de Rio Muni.
O dirigente da JEN convocou, no entanto, um novo encontro com veículos de imprensa nesta tarde para revelar os dados dessas eleições em que o principal partido opositor, Convergência para a Democracia Social (CPDS), já denunciou irregularidades.
Em municípios como Mongomo, cidade natal do chefe de Estado da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, na parte continental do país, todos os mais de 15 mil votos apurados são de apoio à coalizão governamental, segundo a JEN.
Outros municípios em que o PDGE, formação política fundada por Obiang há 17 anos, conseguiu quase a totalidade dos votos foram Nsok Nsomo, Akonibe ou Anisok, onde a oposição teve 2 votos dos 12.395 apurados até o momento.
A coalizão governamental é integrada por: Coalizão, Convenção Liberal Democrática (CLD), Partido Socialista da Guiné Equatorial (PSGE), Aliança Democrática Progressista (ADP), Partido da Coalizão Social-Democrata (PCSD), União Democrática Social (UDS), União Popular (UP), Partido Liberal (PL), Partido Social-Democrata (PSD), União Democrática Nacional (UDENA) e Convergência Social Democrática e Popular (CSDP).
Engonga explicou que a vitória em massa do partido de Obiang em algumas regiões do país se deveu a que o CPDS, liderado por Placido Micó, e Ação Popular da Guiné Equatorial (APGE), de Carmelo Mba, únicas formações políticas de oposição que concorreram às eleições, não apresentaram candidaturas em muitas regiões do país.
O ministro disse que amanhã a JEN tornará pública a apuração municipal, um dia depois se efetuará o distrital e em 31 de maio vai acontecer o ato de proclamação dos resultados definitivos que serão remetidos ao Tribunal Constitucional.
Ao ato de ontem à noite para conhecer os primeiros resultados foram os embaixadores da Espanha, Chade, Camarões, Venezuela, Congo, Gana, Egito, França, os Estados Unidos, Alemanha e Angola, entre outros.
Durante a jornada eleitoral de ontem, que segundo o governo aconteceu sem incidentes, alguns representantes do opositor CPDS como Amancio Gabriel Nze e Wenceslo Mansogo, denunciaram irregularidades, como a intimidação a eleitores ou a expulsão de seus interventores em algumas mesas.
No entanto, o secretário-geral do PDGE, Lucas Nguema, disse que em todo o país, a população "votou com bom senso, calma, tranquilidade, transparência e civilidade".
Mais de 290 mil eleitores foram convocados para renovar o mandato de cinco anos dos 100 deputados da Câmara dos Representantes do Povo e mais de 300 vereadores das prefeituras do território nacional.
Pela primeira vez serão eleitos, além disso, 55 dos 75 senadores da nova câmera alta criada após as reforma Constitucional aprovada em referendo em novembro de 2011.
Essas foram as quintas eleições legislativas realizadas no país, que conseguiu a independência da Espanha em 12 de outubro de 1968.
Nas últimas eleições legislativas de maio de 2008, o governante PDGE e seus aliados conseguiram 99 dos 100 deputados da Assembleia Nacional, enquanto o CPDS ficou com o assento restante.
