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América Latina

Papa pede novo modelo econômico e mercados mais éticos

14 dez 2012 - 13h13
(atualizado às 13h27)
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O papa Bento XVI pediu nesta sexta-feira um novo modelo econômico e normas éticas para os mercados, dizendo que a crise financeira global é a prova de que o capitalismo não protege os mais fracos da sociedade.

Em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, que a Igreja Católica celebra em 1º de janeiro, Bento XVI alertou ainda que a insegurança alimentar é uma ameaça para a paz em algumas partes do mundo. Ele também reafirmou fortemente a oposição da Igreja Católica ao casamento gay, dizendo que o casamento heterossexual tem um papel indispensável na sociedade.

A mensagem anual, que tradicionalmente se concentra em como promover a paz e como reduzir as ameaças à paz, é enviado aos chefes de governo e de Estado, e instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU) e organizações não-governamentais.

O papa disse que os modelos econômicos que buscam o máximo de lucro e consumo e estimulam a competição a todo custo não conseguiram cuidar das necessidades básicas de muita gente e podem semear a inquietação social.

"É alarmante ver focos de tensão e de conflito causados por situações crescentes de desigualdade entre ricos e pobres, pela prevalência de uma mentalidade egoísta e individualista, que também encontra expressão em um capitalismo financeiro desregulado", afirmou.

O papa disse que pessoas, grupos e instituições são necessários para fomentar a criatividade humana, para extrair lições da crise e criar um novo modelo econômico.

A mensagem ecoava passagens da encíclica Caritas in Veritate (Caridade na Verdade), de 2009, na qual ele pediu uma autoridade política mundial para gerenciar a economia global e para maior regulação governamental das economias nacionais.

Mercados éticos

"A criação de estruturas éticas para moeda, mercados financeiros e comércio também é fundamental e indispensável", disse o papa na mensagem desta sexta-feira. "Eles têm de ser estabilizados e mais bem coordenados de modo a não se tornar prejudiciais para os mais pobres."

O pontífice afirmou que a insegurança alimentar se tornou uma ameaça cada vez maior para a paz e estabilidade social. Ele considerou que a crise alimentar é ainda maior do que a financeira.

Garantir que as pessoas tenham acesso a uma alimentação suficiente deve ser o centro da agenda política internacional por causa das crises inter-relacionados, mudanças bruscas de preços dos alimentos básicos e práticas não éticas, acrescentou.

Em um relatório divulgado em outubro, as agências de alimentação da ONU assinalaram que uma em cada oito pessoas no mundo está cronicamente subnutrida.

Em sua mensagem, o papa também atacou movimentos de liberalização do aborto e da eutanásia, dizendo que eles representam uma ameaça ao direito fundamental à vida e denunciou novamente o casamento gay.

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