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Otan fará reunião de ministros para ampliar força de reação

23 jun 2015 - 13h11
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Os ministros da Defesa da Otan se reunirão amanhã e quinta-feira em Bruxelas para ampliar a capacidade de sua força de reação (RNF) a mais que o dobro de seu potencial diante da crescente ameaça representada pela Rússia no leste da Europa e pelo Estado Islâmico no sul.

"Tomaremos decisões para continuar reforçando a potência e a capacidade da força de reação da Otan", anunciou o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, em entrevista coletiva antes da reunião ministerial.

Stoltenberg explicou que as tropas serão formadas por entre 30 mil e 40 mil soldados, mais que o dobro de seu tamanho anterior.

"Ainda não foi decidido até onde chegará, por isso apresentamos uma margem entre 30 mil e 40 mil soldados, o que pode significar quase o triplo em relação a quando a força de reação foi estabelecida em 2002 e contava com 13 mil soldados", explicaram à Agência Efe fontes da Otan.

Esta missão mais ampla inclui a nova força de reação rápida, batizada como "ponta de lança" e formada por uma brigada terrestre de aproximadamente cinco mil soldados apoiada por forças aéreas, marítimas e especiais, cujos primeiros elementos estarão preparados para se movimentar em 48 horas e, o restante, em uma semana.

A Otan trabalhou até agora com foco nos aspectos terrestres, mas desta vez os ministros focarão no desenvolvimento dos componentes aéreos, marítimos e de forças especiais, indicaram fontes diplomáticas.

Espanha, Itália, França, Reino Unido, Alemanha, Polônia e Turquia - que acaba de se juntar - serão os sete países na liderança desta força de mobilização rápida, concretamente em 2016. Enquanto isso, os Estados Unidos se comprometeram a fornecer uma série de capacidades estratégicas, como transporte aéreo.

"Na reunião desta semana, aprovaremos os componentes de ar, mar e forças especiais", declarou Stoltenberg, que disse acreditar que o encontro também permitirá a agilização do processo de tomada de decisões políticas e militares para a rápida mobilização da força de reação.

Segundo o secretário-geral, para conseguir uma tomada de decisões mais rápida haverá "planos mais detalhados e avançados" e se dará mais autoridade ao comando supremo das forças da Otan para a Europa (SACEUR) para que possa preparar o desenvolvimento das tropas aliadas quando a decisão política tiver sido adotada.

A terceira decisão que os ministros aliados esperam adotar é o estabelecimento de centros de comando e controle para melhorar a coordenação e a gestão das forças dentro do território da Otan.

A "grande novidade" na reunião, segundo fontes diplomáticas, será a informação que os EUA compartilharão sobre a possível mobilização de tanques e equipamento pesado no Leste Europeu, uma medida anunciada pelo Pentágono e que ainda pendente de confirmação.

Perguntado sobre essa questão, que visivelmente incomodou a Rússia, Stoltenberg ressaltou que ela não viola os acordos com Moscou e que se trata de um movimento "defensivo e legal".

Fontes diplomáticas esclareceram que se trata da mobilização de equipamentos militares, como tanques e veículos blindados, e não de soldados, e que o objetivo é que os soldados americanos na região possam utilizá-los.

Os ministros da Defesa da Otan dedicarão o segundo dia de reunião a Ucrânia e Afeganistão. Primeiramente, será feito um encontro com o colega ucraniano, que receberá o apoio político da organização.

"Reafirmaremos nosso forte compromisso com uma Ucrânia independente, pacífica e próspera, assim como com a integridade territorial e soberania do território ucraniano", argumentou Stoltenberg.

Por último, os 28 aliados se reunirão com o novo ministro da Defesa do país, Masoum Stanekzai, para analisar como organizar a redução da presença da missão da Otan no país.

EFE   
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