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Oriente Médio

Otan diz que transição no Afeganistão caminha bem e promete ajuda

5 dez 2012 - 14h19
(atualizado às 15h00)
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A Otan afirmou nesta quarta-feira que a transição no Afeganistão caminha de acordo com o previsto e se comprometeu a buscar fundos para o financiamento das forças de segurança afegãs após a saída de suas tropas do país, um capítulo que tem gerado problemas para muitos países europeus golpeados pela crise.

Os ministros das Relações Exteriores do bloco repassaram em Bruxelas a situação no Afeganistão, onde os números demonstram que o processo para ceder o controle da segurança aos afegãos "vai pelo bom caminho", ressaltou o secretário-geral aliado, Anders Fogh Rasmussen.

"Vimos uma redução significativa do número de ataques inimigos nas áreas que já são de responsabilidade afegã. É um desenvolvimento muito promissor (...) que demonstra que estamos seguindo a estratégia correta", disse Rasmussen em entrevista coletiva ao término da reunião.

Segundo o político dinamarquês, os ministros receberam "uma apresentação muito positiva" da situação por parte do comandante da missão, o general americano John Allen.

Os aliados, no entanto, se mantêm à espera de uma análise por parte dos comandantes militares sobre o ritmo com o qual poderão retirar tropas ao longo do próximo ano, explicou.

Os Estados Unidos efetuaram, em setembro, a retirada de 33 mil soldados com os quais haviam complementado sua presença no Afeganistão, embora mantenham ainda cerca de 68 mil militares no país.

No total, a missão da Otan conta com algo mais de 100 mil homens atualmente e o objetivo é ir reduzindo esse número conforme o Exército afegão assuma uma maior responsabilidade, para culminar no fim das operações de combate e na saída do grosso das forças no final de 2014.

A partir dessa data, a Aliança Atlântica se limitará a uma nova missão para formar e treinar soldados afegãos, que serão encarregados de garantir a segurança do país.

Entre Exército e Polícia, o Afeganistão já tem forças de segurança que se aproximam do objetivo de 352 mil soldados estipulado por seus parceiros internacionais.

Na atualidade, os EUA arcam com a totalidade do orçamento dessas forças, mas a comunidade internacional se comprometeu a contribuir com esses custos no período posterior a 2014. O custo anual estimado passa de US$ 4 bilhões.

A secretária de Estado, Hillary Clinton, chamou o resto dos países da Otan e seus parceiros no Afeganistão para manter seus compromissos financeiros, apesar das dificuldades orçamentárias que muitos governos europeus estão sofrendo.

Segundo um primeiro esquema distribuído este ano, o próprio Afeganistão assumiria US$ 500 milhões ao ano, e os 50 países que participam da missão da Otan - menos EUA - pagariam US$ 1,3 bilhão.

Do resto, os Estados Unidos continuariam sendo o contribuinte principal, com o apoio de alguns outros contribuintes internacionais.

Nesse repartição, a Espanha teria que arcar com US$ 30 milhões, embora os números ainda estejam em discussão, segundo fontes diplomáticas.

O ministro espanhol de Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo, explicou no primeiro dia da reunião com os aliados que "a Espanha está absolutamente decidida em cumprir com seus compromissos internacionais dentro das restrições orçamentárias que estamos vivendo".

"Temos que definir qual é o cenário de 2014 e qual é a contribuição que a Espanha pode se permitir pagar a uma missão que considera imprescindível", explicou.

A Otan pactuou desenvolver "um mecanismo de financiamento" que complemente as contribuições do resto da comunidade internacional.

Os detalhes da repartição, no entanto, ainda não começaram a ser discutidos, segundo fontes da Aliança, que lembraram que o objetivo é que o dinheiro esteja disponível no início de 2015.

Uma das chaves para a Otan é garantir o bom uso desses fundos, levando em conta que o Afeganistão voltou a ser assinalado pela ONG Transparência Internacional como um dos três países mais corruptos do mundo.

Rasmussen lembrou que a luta contra esse problema não é responsabilidade da Aliança, mas ressaltou que é um assunto que também preocupa nas capitais porque é considerado chave para garantir a estabilidade do país a longo prazo.

EFE   
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