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Oriente Médio

Zimbábue desmente acordo de entrega de urânio ao Irã

11 ago 2013 - 11h34
(atualizado às 12h37)
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O Zimbábue não assinou nenhum contrato para a venda de urânio ao Irã, afirmou neste domingo o ministro de Minas do país, Obert Mpofu, desmentindo uma informação do jornal britânico The Times.

"É pura ficção, jamais o governo iraniano ou ninguém no Irã pediu uma concessão mineradora", declarou o ministro à AFP. "Jamais pediram uma concessão para extrair urânio ou outros minérios", insistiu.

"O país não extrai urânio", lembrou Mpofu. "Se (o vice-ministro de Minas, Gift) Chimanikire falou ao jornalista do Times sobre um acordo para exportar urânio ao Irã, talvez fosse um sonho", ironizou.

No sábado, o jornal britânico The Times citou o vice-ministro em fim de mandato de Minas, que faz parte da oposição a Mugabe há 4 anos, que afirmou que o Zimbábue teria assinado um protocolo de acordo com o Irã que previa a entrega do urânio necessário para se dotar de um armamento nuclear.

O acordo teria sido assinado no ano passado, quando os Estados Unidos e a União Europeia (UE) impuseram sanções contra o Irã, suspeito de tentar se dotar de uma arma atômica.

Cerca de dez personalidades do Zimbábue, entre elas o presidente Robert Mugabe, reeleito no dia 31 de julho para um novo mandato de cinco anos, têm contra si sanções internacionais. Mugabe apoiou publicamente o programa nuclear iraniano.

Gift Chimanikire considerou o artigo do Times tendencioso, segundo o jornal governamental Sunday Mail.

"Nenhuma licença (de exploração mineradora) foi acordada. Nunca disse uma coisa tão estúpida (...) Fazemos prospecções, mas não exploramos (urânio no Zimbábue). Ele (o jornalista do jornal britânico Times) pensa em vender jornais ao escrever mentiras. É uma história especulativa e perigosa", declarou Chimanikire ao jornal Sunday Mail.

Chimanikire não pôde ser contactado pela AFP.

O semanário também informa que a polícia do Zimbábue busca os dois correspondentes do jornal britânico, acusados de divulgar falsas notícias por informar sobre a assinatura secreta deste acordo, que violaria as sanções internacionais.

Interrogada pela AFP, a porta-voz da polícia, Charity Charamba, mostrou-se surpresa: "Não ouvi falar deste caso", afirmou.

A assinatura de um acordo deste tipo certamente provocaria grandes preocupações entre as capitais ocidentais.

O tema nuclear envenena há dez anos as relações do Irã com as grandes potências do chamado grupo 5+1 (China, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e Alemanha), que suspeitam que Teerã utiliza seu programa nuclear civil como fachada para fabricar uma bomba atômica.

Teerã, no entanto, nega categoricamente tais acusações, e afirma que seu programa nuclear é apenas de cunho civil.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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