Washington considera permissão de entrada para Saleh
26 dez2011 - 14h07
(atualizado às 14h16)
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Os Estados Unidos estão considerando o pedido do presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, de entrada no país, embora só concederão a ele uma autorização por motivos médicos legítimos, afirmou nesta segunda-feira um alto funcionário americano.
As autoridades também informaram que o principal assessor antiterrorista do presidente americano Barack Obama, John Brennan, convocou no domingo o vice-preisdente iemenita, Abdrabuh Mansur Hadi, para pedir a ele a "máxima moderação" depois que as forças que apoiam Saleh mataram 13 manifestantes.
Saleh, que abandonará o poder após as eleições presidenciais de fevereiro, disse no sábado que queria viajar aos Estados Unidos, embora tenha informado que não buscava tratamento para os ferimentos sofridos em um ataque contra o seu palácio no mês de junho.
No entanto, um importante funcionário americano disse nesta segunda-feira que o gabinete de Saleh contactou a embaixada dos Estados Unidos em Sanaa e afirmou que o presidente quer viajar aos Estados Unidos para receber "tratamento médico especializado".
"O pedido para que o presidente Saleh viaje aos Estados Unidos está atualmente sob consideração", disse a fonte oficial sem se identificar. "O único motivo pelo qual seria aprovada uma viagem aos Estados Unidos do presidente Saleh seria por motivos de saúde legítimos", acrescentou.
No ano de 2011, o cenário político mundial foi alterado profundamente. Na África e no Oriente Médio, a Primavera Árabe levou revoluções a países que se viam nas mesmas mãos havia décadas. Na Europa, medidas tomadas por governos diante da crise econômica mundial geraram protestos da população. Consequentemente, as pressões internas e externas fizeram com que vários chefes de Estado levassem a pior. Veja líderes mundiais que se deram mal em 2011
Foto: Arte / Terra
Ben Ali - O general que governou a Tunísia por 23 anos tomou o poder de Habib Burguiba em 1987, acabando com a "presidência vitalícia" do ex-líder. Em dezembro de 2010, o suicídio de um vendedor que ateou fogo ao próprio corpo por não conseguir emprego gerou a maior onda de protestos no país em décadas. Ben Ali tentou reprimir com violência e prometer mudanças políticas e econômicas, mas não resistiu à crise. Ele deixou a Tunísia em 14 de janeiro
Foto: AFP
Hosni Mubarak - O ex-comandante da Força Aérea do Egito liderou o país por 30 anos, depois que seu antecessor, Anwar Sadat, foi morto por extremistas islâmicos, em 1981. Em 25 de janeiro deste ano, iniciaram os protestos no Egito, estimulados pelo sucesso da revolta na Tunísia. Mubarak resistiu por 17 dias, e renunciou em 11 de fevereiro. Em agosto, o ex-líder começou a ser julgado por crimes de corrupção e por planejar ataques contra manifestantes
Foto: AFP
Ali Abdullah Saleh - O militar que governou o Iêmen por 33 anos foi eleito em 1978 pelo Parlamento do país, após a morte de seu antecessor, Ahmed bin Hussein al-Ghashmi. No final de janeiro deste ano, manifestantes inspirados pelas revoltas em outros países árabes iniciaram os protestos pedindo a renúncia de Saleh. Em 30 de abril, ele aceitou deixar o cargo - mas, na prática, Saleh ainda não transferiu o poder devido a discordâncias em acordos
Foto: AFP
Muammar Kadafi - Considerado o ditador árabe que ficou mais tempo no poder, o ex-líder líbio esteve à frente do país por 42 anos. Kadafi chegou ao poder após liderar um golpe de Estado que derrubou o rei Idris, em 1969, e se intitulava "Guia da Revolução". Em fevereiro deste ano, rebeldes iniciaram protestos que evoluíram para uma guerra civil. Com a ajuda da Otan, Kadafi foi capturado e morto em Sirte no dia 20 de outubro. O Conselho Nacional de Transição (CNT) governa a Líbi atualmente
Foto: Reuters
Bashir al-Assad - O atual presidente da Síria, no poder há 11 anos, foi parar na política quase por acaso - após a morte do irmão, Basil, o pai deles, o ex-presidente Hafez al-Assad, incumbiu o filho mais novo de governar o país. Desde janeiro deste ano, o oftalmologista Bashir al-Assad enfrenta os protestos da Primavera Árabe com violenta repressão, apesar da forte pressão internacional. Segundo a ONU, mais de 4 mil pessoas já foram mortas pelas forças sírias
Foto: AFP
George Papandreou - O ex-primeiro-ministro grego, que nasceu nos Estados Unidos e foi para a Grécia após mais de 20 anos, chefiou o governo por dois anos. Papandreou, que se formou em Artes e se especializou em Ciências Sociais, assumiu a liderança do país em um momento crítico: em 2009, a Grécia foi duramente atingida pela crise econômica mundial. Durante o ano de 2011, cresceram os protestos contrários às medidas de austeridade. Papandreou não resistiu e deixou o cargo em 11 e novembro
Foto: AFP
Silvio Berlusconi - Um dos líderes mundiais mais polêmicos, Berlusconi foi primeiro-ministro da Itália durante 10 anos. Conhecido como "Il Cavaliere" ("O Cavalheiro"), Berlusconi exerceu três mandatos marcados por escândalos sexuais envolvendo prostitutas e até menores de idade. Entretanto, o que pôs fim a seu governo foi a crise econômica mundial. Como havia prometido, Silvio Berlusconi renunciou em 12 de novembro, depois de aprovar reformas no Parlamento
Foto: AFP
José Luis Rodríguez Zapatero - O ex-presidente do governo espanhol, cargo que equivale ao de primeiro-ministro em outros países, liderou a Espanha por sete anos. Zapatero, que chegou ao poder sem antes ter ocupado cargos importantes, tomou medidas de ampla aceitação social, como a legalização do casamento gay. No entanto, a crise econômica, que deixou quase cinco milhões de espanhóis desempregados, fez Zapatero renunciar em 17 de novembro