PUBLICIDADE

Oriente Médio

Violentos combates em Quseir; oposição síria impõe condições para diálogo

1 jun 2013 - 11h31
Compartilhar

Os rebeldes lutavam neste sábado em defesa de suas últimas posições na cidade de Quseir, submetida a uma chuva de fogo por parte das tropas governamentais apoiadas por homens do Hezbollah libanês, enquanto a oposição apresentou suas condições para participar de um diálogo pela paz.

Os líderes opositores sírios saudaram a resistência dos rebeldes em Quseir e afirmaram que a saída do presidente Bashar al-Assad do poder e a "interrupção imediata das operações militares das forças do regime, do Hezbollah e do Irã são as principais condições para participar da conferência" internacional de paz que Rússia e Estados Unidos buscam organizar.

Em um novo transbordamento do conflito ao vizinho Líbano, seis foguetes lançados da Síria caíram na região de Bekaa, no oeste libanês, em um setor próximo à zona controlada pelo Hezbollah, embora não tenha deixado vítimas, afirmou uma fonte libanesa da área de segurança.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH, uma entidade com base em Londres e que se apoia em uma rede de informantes na Síria), os combates prosseguiam em Quseir, uma cidade do centro-oeste do país situada perto da fronteira libanesa.

Os rebeldes agora estão limitados ao norte da cidade, onde nos últimos dias passaram a receber reforços que conseguiram passar pelas linhas que o exército traçou ao redor de diversos bairros.

As posições rebeldes são submetidas a bombardeios constantes por parte da artilharia do exército governamental, que busca retomar o controle da cidade para abrir uma passagem segura entre a capital, Damasco, e o litoral.

De acordo com o OSDH, o exército reforçou suas posições com a chegada de carros blindados.

Em um comunicado, a Coalizão Nacional da oposição síria saudou "a coragem e a resistência" da rebelião na batalha por Quseir, onde busca "expulsar os invasores. O povo continuará com sua luta para libertar sua terra a qualquer preço e obrigará o Hezbollah a retirar suas forças, quer queira ou não".

Em relação ao rígido pacote de condições imposto para participar de uma conferência de paz, a coalizão alegou que "Assad não respeitará os esforços para um acordo e os utilizará para ganhar tempo para destruir, matar e aterrorizar" os sírios.

A coalizão opositora considerou muito graves as declarações de Assad à televisão próxima ao Hezbollah, Al-Manar, na quinta-feira, quando disse se sentir muito confiante em uma vitória militar e não descartou se apresentar às eleições presidenciais de 2014.

O regime sírio já deu seu apoio à conferência internacional de paz impulsionada por Rússia (que apoia o governo de Damasco) e Estados Unidos (que fornece suporte político aos rebeldes) para tentar colocar fim ao banho de sangue que já custou a vida de 94.000 pessoas desde março de 2011.

Representantes da ONU, dos Estados Unidos e da Rússia devem se reunir no dia 5 de junho em Genebra para preparar a conferência.

No plano dos esforços diplomáticos, o secretário americano de Estado, John Kerry, convocou a Rússia a não entregar armas à Síria para não colocar em risco a conferência de paz.

A imprensa russa afirmou na sexta-feira que Moscou ainda não havia entregado mísseis terra-ar S-300 ao governo sírio, diferentemente do que o próprio Assad havia sugerido.

Em um cenário de crescente inquietação pelo papel de grupos jihadistas entre os rebeldes, o Conselho de Segurança da ONU anunciou ter incluído a frente Al-Nusra (que apoia os rebeldes sírios) na lista de organizações terroristas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade