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Oriente Médio

Violência no Afeganistão mata cada vez mais mulheres e crianças, diz ONU

31 jul 2013 - 09h16
(atualizado às 10h06)
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A violência contra os civis aumentou em quase um quarto no Afeganistão enquanto as forças internacionais transferem as atribuições de segurança aos afegãos, revelou a ONU em um relatório nesta quarta-feira.

O texto da diretora de Direitos Humanos da ONU no Afeganistão, Georgette Gagnon, diz que o número de civis mortos e feridos cresceu 23 por cento no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2012, chegando a um total de mais de 1.300 mortos, com 2.533 feridos relatados.

Os insurgentes atacam principalmente em áreas já abandonadas pelas forças estrangeiras, e as mulheres e crianças estão cada vez mais vulneráveis, diz o relatório, apontando um salto de 30 por cento no número de crianças mortas.

O elevado número de vítimas civis intensifica os temores de que as Forças Armadas afegãs --afetadas por um dos maiores índices mundiais de deserção e por uma crônica falta de apoio médico e logístico-- sejam incapazes de enfrentar a insurgência do Taliban depois da retirada quase completa das forças estrangeiras, em 2014.

"A aceleração da transição das responsabilidades de segurança das forças militares internacionais para as forças afegãs e o fechamento das bases das forças internacionais foram respondidos com crescentes ataques de elementos antigoverno", disse Gagnon, ao apresentar o relatório.

Segundo ela, os ataques ocorrem "principalmente em postos de controle, rodovias estratégicas, em algumas áreas que já passaram pela transição e em distritos fronteiriços com países vizinhos".

As cifras de 2012 haviam indicado uma redução na morte de civis em comparação ao ano anterior.

O relatório da ONU diz que explosivos improvisados são a principal arma, fazendo 53 por cento mais vítimas do que no ano passado, na maioria crianças.

Os confrontos entre forças de segurança e emergentes são a segunda causa mais significativa de mortes de civis, segundo o relatório, que estima em 207 o total de vítimas no fogo cruzado no primeiro semestre.

De acordo com a ONU, quase três quartos das mortes foram causadas por insurgentes, que estariam cada vez mais atacando civis suspeitos de colaborarem com o governo.

Em nota enviada por email, um porta-voz do Taliban, Zabihullah Mujahid, afirmou que o grupo insurgente islâmico vê qualquer apoiador do governo de Hamid Karzai como um alvo legítimo.

"Nunca consideramos como civis pessoas que estão diretamente envolvidas na ocupação do nosso país ou que trabalham com órgãos sensíveis do inimigo", afirmou.

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