PUBLICIDADE

Oriente Médio

Venezuela reage a encontro entre Santos e Capriles

30 mai 2013 - 00h22
Compartilhar

A Venezuela revisará sua participação no diálogo de paz entre a Colômbia e a guerrilha das Farc, após o encontro desta quarta-feira, em Bogotá, entre o presidente Juan Manuel Santos e o ex-candidato presidencial opositor Henrique Capriles, informou o chanceler venezuelano, Elías Jaua.

"Sem qualquer dúvida, a situação de hoje (encontro entre Santos e Capriles) nos obriga a revisar a participação da Venezuela como facilitador deste acordo de paz", disse Jaua ao canal estatal VTV ao final de uma reunião do gabinete liderada pelo presidente Nicolás Maduro.

Segundo o chanceler, Maduro chamou a Caracas o embaixador Roy Chaderton, enviado venezuelano para o diálogo de paz entre Bogotá e as Farc, que se desenvolve em Cuba desde novembro de 2012, para "realizar uma avaliação completa" da situação.

Venezuela e Chile participam como países apoiadores do diálogo de paz, enquanto Noruega e Cuba avalizam o processo.

"É muito difícil trabalhar pela paz de um povo irmão quando as mais altas instituições deste povo irmão estimulam a desestabilização da Venezuela", destacou Jaua.

"Lamentamos profundamente que o presidente Santos tenha dado este passo doloroso, é preciso dizer isto, ele vai nos levar ao descarrilamento das boas relações que temos", concluiu.

O presidente do Congresso venezuelano, Diosdado Cabello, afirmou que Santos "colocou uma bomba relógio no trem das boas relações" com a Venezuela, o que será um revés nos esforços realizados pelo finado presidente Hugo Chávez a favor do diálogo de paz.

"Muito do que se está assinando agora entre as Farc e o governo tem a ver com o esforço feito pelo presidente Chávez, e agora o presidente Santos mete o pé na mesa recebendo alguém que é contra a paz na Venezuela".

Segundo Cabello, o líder da oposição na Venezuela viajou a Bogotá para receber "instruções" do ex-presidente Alvaro Uribe e do assessor político venezuelano, J.J Rendón sobre como "atacar o povo da Venezuela".

Capriles foi recebido nesta quarta-feira, em Bogotá, pelo presidente Santos e pelas lideranças do Congresso, a quem pediu apoio para que se faça uma auditoria das eleições que perdeu em abril passado.

"Meu pedido ao presidente Santos é o que se acertou na Unasul, não há outro pedido (...) a todos os presidentes que estiveram ali eu lhes disse que seria feita uma auditoria, este processo não se fez, a auditoria montada foi uma farsa", disse Capriles durante entrevista coletiva na sede do Parlamento colombiano.

Capriles se referia à reunião do organismo regional convocada em Lima, a partir da crise desatada na Venezuela depois da vitória do 'chavista' Nicolás Maduro pela margem de 1,49% dos votos.

Colômbia e Venezuela retomaram suas relações diplomáticas em agosto de 2010, após a chegada de Santos ao poder e o fim das tensas relações entre Chávez e Uribe.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade