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Oriente Médio

União Europeia pressiona Israel por cessar-fogo imediato em Gaza

19 nov 2012 - 14h40
(atualizado às 20h10)
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Viviane Vaz
Direto de Bruxelas

Os ministros de Relações Exteriores e de Defesa da União Europeia se reuniram nesta segunda-feira para acertar novos compromissos para a área de defesa no bloco em 2013, mas a agenda do encontro acabou sendo dominada pelo conflito entre Gaza e Israel. Uma das ausências em Bruxelas foi a do ministro de Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle, que viajou a Jerusalém para se reunir com o ministro israelense Avigdor Lieberman e na terça-feira se encontra com o presidente palestino Mahmud Abbas em Ramalah, na Cisjordânia.

O chanceler britânico, William Hague, participa da reunião da UE que tratou sobre os conflitos em Gaza
O chanceler britânico, William Hague, participa da reunião da UE que tratou sobre os conflitos em Gaza
Foto: AFP

Antes da reunião no Conselho Europeu, o chanceler italiano, Giulio Terzi, disse aos jornalistas que existem condições para "um cessar-fogo nas próximas horas" e que o governo de Israel não teria interesse algum em invadir Gaza em uma operação terrestre. "Obviamente, essa moderação israelense deve se basear numa garantia de que os lançamentos de foguetes devem parar", concluiu Terzi.

A chefe da política externa da União Europeia, Catherine Ashton, expressou sua preocupação com a recente escalada em Gaza e disse que a crise só pode ser resolvida através de uma solução de longo prazo. "O que temos de fazer é encontrar uma solução que traga segurança para a região", afirmou Ashton. O ministro de Exteriores sueco, Carl Bildt, também avaliou que a UE precisa olhar para a questão de forma ampla. "Esta é a segunda guerra de Gaza, em poucos anos. Nós não podemos esperar para o terceiro e quarto", disse.

Na declaração conjunta, a UE condenou "firmemente os ataques com foguetes contra Israel a partir da Faixa de Gaza" e instou que "Hamas e outros grupos armados em Gaza" parem imediatamente. "Israel tem o direito de proteger a sua população desses tipos de ataques, e ao fazê-lo deve agir proporcionalmente e garantir a proteção dos civis em todos os momentos", diz o texto. A UE também pediu que todos os lados respeitem plenamente direito internacional humanitário.

Dois Estados

Os ministros propuseram o fim imediato das hostilidades e insistiram na proposta de dois Estados na região: Israel e Palestina. "A situação atual sublinha uma vez mais a necessidade urgente de se moverpara uma solução de dois Estados permitindo ambos os lados para viver lado a lado em paz e segurança", afirmam os ministros em conjunto.

A solução de dois Estados divide os palestinos. O Hamas não aceita a existência do Estado de Israel, enquanto o Fatah do presidente palestino Mahmud Abbas concorda com a criação de um Estado palestino na Cisjordânia e Gaza. Em entrevista recente a um canal de TV israelense, Abbas reiterou aceitar o Estado de Israel dentro das fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias. "A Palestina, para mim, agora está nas fronteiras de 1967 tendo Jerusalém oriental como capital", afirmou. "Acredito que Cisjordânia e Gaza são a Palestina e que as outras partes formam Israel", reforçou.

Segundo a análise de uma fonte diplomática em Bruxelas, o Hamas tenta agora mostrar sua força em um Oriente Médio pós-primavera árabe, onde possui laços com os governos do Egito, Tunísia e Catar. Por outro lado, o desempenho no conflito em Gaza também serviria de teste para o premiê israelense Benjamin Netanyahu - que se prepara para novas eleições a princípio previstas para janeiro de 2013, e para o presidente egípcio Mohammed Morsi - que busca estabilidade para seu governo, recém eleito em junho deste ano.

O Egito, que possui um tratado de paz com Israel desde 1979, tem sido um mediador tradicional entre israelenses os palestinos, e também recebeu hoje o apoio dos chanceleres europeus em Bruxelas para continuar tentando mediar uma trégua entre Gaza e Israel.

Os ministros europeus também manifestaram preocupação com outras áreas em conflito no mundo, como Síria, Congo e Mali.

Fonte: Especial para Terra
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