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Oriente Médio

UE critica 'animosidade' em processo de paz no Oriente Médio

15 mar 2010 - 17h00
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A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, expressou hoje sua preocupação com a desconfiança, o ceticismo e a animosidade que prevalece nos esforços de paz no Oriente Médio, e encorajou as duas partes a mudarem essa tendência.

"A paz é necessária, urgente e alcançável", afirmou Ashton em discurso na sede da Liga Árabe, no Cairo. A viagem, que segue até a quinta-feira, inclui visitas a Egito, Síria, Líbano, Jordânia, Israel e aos territórios palestinos.

Esse é o primeiro contato da recém empossada Alta Representante da União Europeia (UE) para Assuntos Exteriores e Política de Segurança com a região.

Em sua mensagem, Ashton relembrou os principais pontos da política da UE para o Oriente Médio e o ponto de vista europeu sobre os desafios enfrentados.

"Precisamos nos movimentar a partir de uma posição de manejo do conflito para outra de resolução do conflito, envolvendo toda a região. O atual nível de desconfiança e animosidade entre as partes é alto", afirmou Ashton.

Em seu discurso, na grande sala de reuniões da Liga Árabe e tendo como anfitrião o secretário-geral da organização, Amre Moussa, ela reconheceu que a "euforia" que rodeou os Acordos de Oslo de 1993 "desapareceu quase totalmente", e agora predominam "o ceticismo e as dúvidas".

Após mais de um ano de absoluta paralisia no processo de negociação entre palestinos e israelenses, os Estados Unidos se ofereceram para mediar um diálogo indireto entre ambos.

Neste sentido, Ashton disse hoje que esses esforços devem ser apoiados pelas outras partes envolvidas na região e também pela Liga Árabe.

"Se queremos triunfar, precisamos de velocidade", acrescentou Ashton, que expôs o ponto de vista da UE sobre os assentamentos judaicos nos territórios palestinos e sobre o bloqueio israelense da Faixa de Gaza, que qualificou como "inaceitável".

"A decisão recente de construir novas casas em Jerusalém Oriental pôs em risco e soterrou um princípio de acordo para começar as negociações e conseguir uma aproximação", afirmou.

"A posição da UE sobre os assentamentos é clara: são ilegais, constituem um obstáculo para a paz e ameaçam tornar impossível uma solução de dois Estados", insistiu Ashton.

Em seu discurso, a representante também se referiu à ameaça que representa o programa nuclear iraniano.

"Um dos maiores desafios, pelos quais estamos profundamente preocupados, se refere à falta de vontade iraniana para comprometer-se em conversas sérias sobre a questão nuclear", disse Ashton.

"Estamos prontos para o diálogo, mas a UE também apóia o processo do Conselho de Segurança da ONU sobre possíveis medidas adicionais se, como ocorre agora, o Irã continuar se negando a cumprir com suas obrigações internacionais".

Ashton foi aplaudida, mas por outro lado, Amre Moussa também foi ovacionado em várias passagens de seu discurso, como quando lembrou que só haviam sido mencionadas as ameaças nucleares do Irã, sem ouvir referências às de Israel.

"Todos estamos contra as ameaças nucleares, mas também é preciso mencionar as de Israel, que são inquietantes", disse Moussa.

Em uma entrevista coletiva depois do discurso, Ashton expressou esperança de que a reunião do Quarteto para o Oriente Médio (Rússia, Estados Unidos, UE e a ONU) na sexta-feira, da qual deve participar, de um novo vigor ao processo de paz na região.

EFE   
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