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Oriente Médio

Turquia acusa sírio de cometer atentado terrorista em Ancara

Premier acusou grupo curdo por ação que matou 28 pessoas

18 fev 2016 - 14h59
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Foto: Getty Images

O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, acusou nesta quinta-feira (18) o grupo curdo Unidade de Proteção Popular (YPG) de ser o responsável pelo atentado terrorista que matou 28 pessoas em Ancara nesta quarta-feira (17). Segundo o premier, o YPG é aliado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e realizou a ação em parceria com eles. Ambos são considerados grupos terroristas pelo governo turco, mesmo não tendo esse reconhecimento de maneira internacional.

Davutoglu foi além e afirmou que o nome do responsável por dirigir o carro-bomba que causou o ataque é Salih Necar, 24 anos, um sírio membro do YPG, e que sua polícia já prendeu nove envolvidos na ação. A mídia local afirma que o homem foi identificado através de suas digitais ao entrar no país como refugiado da Síria. Atualmente, a nação turca é a que mais recebe deslocados sírios, em números que ultrapassam dois milhões de pessoas.

"Uma ligação direta entre o ataque e o YPG foi estabelecido", destacou o premier ressaltando que os curdos contariam com apoio logístico do PKK e que 26 das 28 vítimas eram soldados.

Por sua vez, horas após o anúncio de Davutoglu, o líder do YPG negou que seu grupo estivesse por trás do atentado. "A realidade é que nenhuma das nossas unidades está envolvida e não tem nada a ver com as explosões", disse Salih Muslim. Também o PKK negou envolvimento, mas disse que a ação "pode ter sido uma represália pelos massacres do governo no Curdistão".

Oficialmente, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque e o nome dos jihadistas do Estado Islâmico (EI, ex-Isis) foi associado ao evento pela mídia local. Porém, conhecendo os culpados ou não, o governo de Ancara autorizou novos ataques aéreos contra as bases militares do PKK na fronteira com a Síria como resposta ao atentado desta quarta.

Foto: Getty Images

Novo atentado em Diarbaquir: um novo atentado terrorista em Diarbaquir, principal cidade curda no sudeste da Turquia, causou a morte de ao menos sete militares turcos, informou a mídia local. Os ataques entre militares do Exército da Turquia e membros do PKK são comuns na região há cerca de nove meses, quando os ânimos entre ambos os lados esquentaram após atentados de grandes proporções em Ancara.

Itália condena atentado: o ministro italiano das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, condenou "os gravíssimos ataques terroristas na Turquia ontem e hoje, que fazem ainda mais séria a ameaça contra aqueles que devemos combater", afirmou o chanceler durante visita à Grécia.

Entenda cada grupo na Turquia

O governo da Turquia está em luta contra o PKK - grupo curdo turco - desde 1984, alternando momentos de intensos ataques e relativa paz. Atualmente, o Exécito realiza ataques às bases militares do grupo tanto na Turquia, como na Síria e no Iraque. Por sua vez, o PKK luta por terra contra o avanço do Estado Islâmico. Já o YPG é o braço armado do Partido de União Democrática (PYD) - aliado político do PKK e de origem curda síria. Também luta em terra contra o EI.

O governo turco tem apenas "boas relações" com os curdos do Iraque, que são divididos em três grandes grupos: Governo Regional Curdo (KRG), os Peshmerga - espécie de Exército curdo - e o Partido Democrático do Curdistão no Norte (KDP). Os três também lutam contra o EI por terra. Apesar de Ancara considerar o PKK e o YPG como grupos terroristas, eles são considerados aliados pela coalizão internacional - liderada pelos Estados Unidos - que luta contra o EI na Síria e no Iraque.

Fonte: Ansa
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