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Oriente Médio

Trípoli exige que Washington devolva suspeito de ser líder da Al-Qaeda

8 out 2013 - 17h51
(atualizado às 18h14)
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A Líbia exigiu nesta terça-feira que os Estados Unidos devolvam "imediatamente" Abu Anas al-Libi, um suposto chefe da Al-Qaeda capturado por uma força de elite americana durante uma ação em pleno território líbio.

Essa exigência foi feita no dia seguinte à convocação da embaixadora dos Estados Unidos Deborah Jones pelo governo líbio, sob pressão e constrangido por este caso que provocou a ira de grupos de antigos rebeldes e de partidos políticos.

Em um comunicado lido por seu porta-voz, Omar Hmidan, o Congresso Geral Nacional líbio (CGN), a mais alta autoridade política da Líbia, ressaltou "a necessidade da devolução imediata do cidadão líbio", considerando o ataque americano "uma violação flagrante da soberania nacional".

Essa foi a primeira reação oficial líbia condenando claramente a operação americana. O governo líbio vinha mantendo até agora uma postura mais comedida.

No sábado, forças especiais americanas capturaram Abu Anas al-Libi durante uma ação audaciosa em sua casa em Trípoli. Esse líbio está na lista das pessoas mais procuradas pela polícia federal americana (FBI), que oferecia "até 5 milhões de dólares" por qualquer informação que levasse a sua prisão ou a sua condenação.

Após o ataque na Líbia e um outro na Somália no final de semana, o presidente Barack Obama prometeu nesta terça que os Estados Unidos continuarão a perseguir os "grupos regionais, alguns ligados de forma explícita à Al-Qaeda ou a essa ideologia, outros mais autônomos".

No entanto, ele se recusou a comentar a legalidade da operação em Trípoli.

"Sabemos que Libi ajudou a planejar e a concretizar complôs que causaram a morte de centenas de pessoas, incluindo vários americanos. Nós temos provas sólidas. E ele será levado a justiça", assegurou.

O nome verdadeiro de Al-Libi é Nazih Abdul Hamed al-Raghie. Ele seria o chefe da rede Al-Qaeda e era procurado pelos Estados Unidos, que o acusam de envolvimento nos atentados de 1998 contra as embaixadas americanas na Tanzânia e no Quênia (mais de 200 mortos).

O ministro da Justiça Salah al-Marghani, que convocou a embaixadora americana em Trípoli para "pedir respostas para várias questões relativas ao caso", afirmou ter tido um "diálogo franco" com ela.

Durante uma entrevista coletiva à imprensa em Trípoli, ele disse ter explicado a Jones que a captura do líbio é "um sequestro, algo contrário às leis líbias".

Marghani frisou que seu governo "usará dos meios diplomáticos e jurídicos para garantir os direitos do cidadão líbio Nazih al-Raghie".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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