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Oriente Médio

Tel Aviv celebra dia do orgulho gay com maior parada da Ásia

Mais de cem mil pessoas participaram do desfile na segunda maior cidade de Israel

12 jun 2015 - 13h38
(atualizado às 14h06)
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Parada do orgulho gay leva mais de cem mil pessoas às ruas de Tel Aviv
Parada do orgulho gay leva mais de cem mil pessoas às ruas de Tel Aviv
Foto: AFP

Tel Aviv celebrou nesta sexta-feira seu dia do orgulho gay, o maior de toda a Ásia, e mais de cem mil pessoas desfilaram pelas ruas da cidade para celebrar a data, que enfocou este ano os direitos da comunidade transexual. "Tel Aviv ama todos os gêneros" foi o slogan usado por milhares de pessoas que cruzaram, debaixo de muito calor, algumas das principais avenidas do centro da cidade, preparada para recebê-los sob um significativo desdobramento policial.

"Sentimo-nos orgulhosos em nosso país, que nos dá direitos e igualdade", disse à Agência Efe Oren, um israelense de 17 anos que marchava junto com vários amigos rumo ao parque de Charles Clore, onde a ganhadora do Eurovision em 2014, a austríaca Conchita Wurst, faria um show para encerrar a festa.

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"Agora estamos lutando pelo casamento homossexual e esperamos ter sucesso", explicou um amigo de Oren sobre a reivindicação da comunidade LGBT no país, que não tem uniões civis e, portanto, não reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

O prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai, chamou a atenção dos políticos israelenses, porque "ainda há muito trabalho legislativo a fazer para promover a comunidade LGBT". Nathanael, um uruguaio que vive no país, se definiu à Agência Efe como "não homossexual", mas participou do desfile porque acredita ser importante apoiar a comunidade LGBT em uma sociedade em que a religião é um elemento tão enraizado.

"Pouco a pouco as pessoas religiosas começam a entender que isto é parte da realidade e que é preciso lidar com isso de alguma maneira", argumentou sobre o tema, especialmente sensível a poucos quilômetros dali, em Jerusalém, onde a realização da parada do orgulho gay mal reúne poucos milhares de pessoas, e a tensão é permanente na cidade, santa para as três religiões monoteístas.

Hoshen é um coletivo educativo que percorre escolas e centros oficiais para aplanar o caminho para jovens que trabalham para reconhecer sua própria identidade. "Nos colégios, por exemplo, contamos nossas histórias pessoais de quando saímos do armário e nos tornamos livres. Estamos convencendo diretores de escola, membros do exército para que falem com eles", explicou Oded Wilson, que reconheceu que não é fácil entrar na esfera pública porque a mentalidade conservadora ainda impera em Israel.

Mikhail Finkelstein colabora com um serviço na comunidade LGBT que atende por telefone, pessoalmente e por chat para apoiar, esclarecer dúvidas, dar conselhos e inclusive prevenir possíveis suicídios.

O trabalho do grupo é encorajar todo o mundo a se aceitar como é, independentemente da procedência ou da orientação sexual. "Sinta orgulho de si mesmo" é a mensagem para a comunidade transexual, protagonista desta edição. "Desejamos à comunidade transexual todo o melhor, que possa ser como qualquer outro e que ninguém pergunte se é gay, transexual, heterossexual ou lésbica", disse.

Com os eventos de hoje, Tel Aviv pôs um ponto e final a cinco dias de comemorações que mantiveram a fama da cidade de um dos principais destinos turísticos da comunidade gay, nos quais as autoridades esperavam receber pelo menos 30 mil turistas estrangeiros.

Parada do orgulho gay leva mais de cem mil pessoas às ruas de Tel Aviv
Parada do orgulho gay leva mais de cem mil pessoas às ruas de Tel Aviv
Foto: AFP
EFE   
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