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Oriente Médio

Tanques invadem o norte da Síria em dia com 73 mortos

25 mai 2012 - 18h58
(atualizado às 19h41)
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Pelo menos 73 pessoas morreram nesta sexta-feira na Síria, a maioria em Houla (centro), onde 50 civis foram mortos pelos bombardeios das forças do governo, enquanto blindados do regime entraram pela primeira vez desde o início da revolta em Aleppo (norte).

Mais de 50 civis, incluindo 13 crianças, foram mortos e 100 ficaram feridos nesta sexta-feira em bombardeios das forças do governo à cidade de Houla, no centro da Síria, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Enquanto isso, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em seu último relatório sobre o conflito, afirmou que os grupos sírios que lutam contra o governo do presidente Bashar al-Assad controlam atualmente partes "significativas" de algumas cidades.

Os esforços das Nações Unidas para por fim ao conflito tiveram apenas "pequenos progressos" e a missão da ONU foi testemunha de uma "considerável destruição física", indicou Ban no relatório enviado ao Conselho de Segurança.

Em Aleppo, segunda maior cidade do país, dezenas de milhares de pessoas protestaram contra o governo de Bashar al-Assad e, de acordo com o OSDH, os blindados circulavam nos bairros de Kalassé e Boustane al-Kasr.

"São as maiores manifestações em Aleppo" desde o início da revolta, em março de 2011, havia dito Rami Abdel Rahmane, presidente do OSDH. "São manifestações inéditas e massivas depois de Aleppo ter se mantido afastada no primeiro ano da revolta".

A trégua anunciada há mais de um mês é violada diariamente, o que levou o emissário especial das Nações Unidas e da Liga Árabe Kofi Annan a decidir viajar em breve para a Síria.

Seu porta-voz, Ahmad Fawzi, ressaltou nesta sexta-feira que Annan estava finalizando os preparativos da viagem, mas se negou a indicar a data por razões de segurança.

Dezenas de milhares de ativistas saíram às ruas em Aleppo e em Idleb, no norte da Síria, desafiando os ataques do Exército.

Helicópteros do Exército sírio bombardearam nesta sexta-feira pela primeira vez localidades curdas hostis ao governo, deixando vários feridos, indicou o OSDH.

Pelo menos quatro policiais perderam a vida em combates com rebeldes em Kanseba, na mesma região.

"É a primeira vez que esta região, conhecida com o nome de montanha dos curdos, é alvo de bombardeios aéreos. É uma zona montanhosa muito escarpada onde o acesso dos veículos é difícil", indicou o presidente do OSDH, que apostou a existência de vinte feridos entre os moradores.

Na província de Idleb (noroeste), "dezenas de milhares pessoas protestaram também" em várias localidades controladas pelos rebeldes, indicou Abdel Rahmane.

Apesar dos bombardeios e dos tiros, milhares de manifestantes se manifestaram em Homs e em Hama (centro), em Deir Ezzor (leste) e em Deraa, no sul do país. Onze pessoas morreram nessas áreas, segundo o OSDH.

"Nosso próximo encontro, Damasco" Os militantes pró-democracia convocaram nesta sexta-feira manifestações com o lema "Nosso próximo encontro, Damasco", e pediram que seja intensificado o movimento contra o governo na capital.

Durante a tarde, as forças de ordem lançaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes no bairro de Midan, em Damasco, segundo o OSDH, que indicou outras concentrações na capital e em sua periferia, onde uma criança foi morta a tiros por um franco-atirador.

"O Exército Sírio Livre chega. Fujam, covardes milicianos!", era possível ler em uma faixa no bairro rebelde de Al-Asali, em referência às milícias civis do regime.

Segundo o OSDH, mais de 12.000 pessoas morreram na Síria desde o começo da rebelião contra o regime, em março de 2011, em sua maioria civis mortos pelas forças do governo.

bur-rm/dm

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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