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Oriente Médio

Tanques invadem Homs à procura de opositores do regime

10 fev 2012 - 07h02
(atualizado às 07h56)
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Tanques invadiram um bairro na cidade síria de Homs nesta sexta-feira, enquanto soldados iniciaram uma varredura de casa em casa na região em busca de opositores do regime, disseram ativistas. "Os tanques entraram no bairro de Inshaat durante a noite", disse Rami Abdel Rahman, chefe do Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Ele afirmou que as tropas ainda estavam sendo mobilizadas na região no início desta sexta-feira. Inshaat fica ao lado do centro de protesto de Baba Amr, em Homs, que foi desmobilizado em uma ofensiva de uma semana realizada pelas forças do regime que matou mais de 400 pessoas, dizem os ativistas.

Também nesta sexta-feira, duas explosões "terroristas" sacudiram a cidade de Aleppo, deixando um número indeterminado de mortos e feridos entre civis e militares, indicou a televisão estatal. "Duas explosões terroristas ocorreram em Aleppo e mataram e feriram civis e militares", disse a televisão, enquanto militantes sírios indicaram que ocorreram três explosões na cidade, uma delas perto de um edifício dos serviços de segurança.

Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente

Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.

A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes, manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.

Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores - já organizados e dispondo de um exército composto por desertores das forças de Assad -, sem surtir efeito. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, o as forças de Assad investiram contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada. A ONU estima que pelo menos 5 mil pessoas já tenham morrido na Síria.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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