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Oriente Médio

Talibãs dizem que G4 não está disposto a acabar com o conflito

19 jan 2016 - 13h51
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O principal grupo dos talibãs afegãos afirmou nesta terça-feira que o denominado G4 não tem vontade de acabar de forma pacífica com a guerra no Afeganistão, que já dura mais de 14 anos, já que o diálogo de paz colocado é uma tentativa de "enganar" o povo afegão.

"Seus esforços para a paz são programas para enganar as pessoas. A paz não pode ser alcançada com a força. Requer uma vontade sincera, uma decisão forte e o fim da ocupação", advertiram os insurgentes em comunicado após a segunda reunião do G4 formado por Afeganistão, Paquistão, China e Estados Unidos, realizada ontem em Cabul.

De acordo com os talibãs, "nem as forças invasoras nem o regime de Cabul têm disposição sincera para alcançar a paz". A declaração se produz depois que o governo afegão pediu ontem que todos os grupos talibãs aceitassem participar das conversas convocadas pelo G4.

Em sua primeira reunião em Islamabad no último dia 11, o G4 apoiou um processo sem condições prévias com os insurgentes e a esgotar todas as vias para levá-los à mesa de negociação e retomar as conversas. No entanto, dois dias depois, o principal grupo dos talibãs afegãos, liderado pelo mulá Mansur, advertiu que este processo não soluciona o conflito, mas o piora, enquanto tropas estrangeiras continuarem no país.

O Paquistão acolheu em julho de 2015 uma primeira reunião entre representantes do governo afegão e os insurgentes, mas as conversas foram suspensas após o anúncio da morte do líder e fundador dos talibãs, o mulá Omar. A morte de Omar deu lugar a um processo de sucessão traumático que levou Mansur a se tornar o principal responsável, embora sua liderança tenha sido questionada por diferentes facções.

Os Estados Unidos têm 9.800 militares no Afeganistão, sendo que metade permanecerá mesmo depois do fim do mandato do presidente americano, Barack Obama, em janeiro de 2017. A Otan, por sua vez, anunciou que em 2016 triplicará sua presença, até contar com 12 mil soldados, dada a situação de insegurança no país.

EFE   
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