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Oriente Médio

Talibãs atacam complexo policial em Cabul

21 jan 2013 - 09h16
(atualizado às 09h21)
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As tropas da Otan se uniram à luta contra um esquadrão suicida talibã que invadiu a sede da polícia de Cabul na madrugada desta segunda-feira, matando três policiais e desencadeando um conflito que durou mais de oito horas.

O grupo talibã reivindicou o ataque, que se tornou o mais longo entre os insurgentes e as forças de segurança em Cabul desde um grande ataque coordenado na capital em abril do ano passado, que durou 18 horas.

Três dos cinco atacantes foram mortos no início da operação, enquanto outros dois, que utilizavam coletes suicidas com explosivos, se esconderam no prédio de cinco andares no oeste de Cabul e dispararam contra as forças de segurança, informou um policial à AFP.

"Acabou. Os últimos dois terroristas estão mortos e eles não tiveram a chance de detonar os explosivos que carregavam", informou o chefe da polícia de Cabul, general Mohammad Ayoub Salangi, à AFP.

Segundo Salangi, os dois últimos terroristas demoraram a ser dominados "porque nossos garotos agiram com muito cuidado", disse. "Havia muitos documentos importantes, então agimos com muito cuidado para não causar nenhum dano a esses documentos".

Quatro policiais de trânsito, dois membros das forças especiais e meia dúzia de civis ficaram feridos, informou o vice-ministro do Interior, o general Abdul Rahman.

Um fotógrafo da AFP disse que soldados noruegueses foram vistos atirando contra o prédio da polícia.

A Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) confirmou sua participação na operação, mas insistiu que foi pequena.

"Temos um número muito pequeno de pessoas ajudando as forças de segurança afegãs no local. É, principalmente, um papel de aconselhamento, e as autoridades afegãs estão na liderança", disse um porta-voz da Isaf à AFP.

A Otan afirma que a insurgência talibã está mais fraca e considerou que o ataque foi um estratagema para atrair a atenção da mídia, mas o tempo que as forças de ordem levaram para acabar com os insurgentes é encarado com constrangimento.

"Eles (os talibãs) estão perdendo a luta", disse o general Gunter Katz, porta-voz militar da Isaf.

"Eles não podem lutar cara a cara. Estes ataques são apenas para atrair a mídia. Eles realizam seus ataques nas cidades e em áreas populosas onde os civis sofrem".

Ele também elogiou o papel das forças de segurança afegãs na contenção do ataque.

O atentado começou com a forte explosão de um carro-bomba que quebrou as janelas das casas próximas.

Um morador descreveu a explosão inicial como "muito, muito grande - foi enorme". Ela foi seguida por várias outras explosões e tiros.

Insurgentes talibãs, que travam uma guerra de 11 anos contra o governo do presidente Hamid Karzai, apoiado pelo Ocidente, reivindicaram o ataque, que, segundo eles, começou às 05h00 locais (22h30 de Brasília).

"Muitos fedayeen (terroristas suicidas) entraram em um prédio de Dehmazang e estão atacando um centro de treinamento americano, um centro da polícia e outros centros militares, e causaram pesadas baixas ao inimigo", disse um porta-voz talibã.

Não há nenhum centro de treinamento administrado pelos Estados Unidos ou pela Otan na região e o grupo talibã é conhecido por exagerar quando reivindica ataques.

O atentado desta segunda-feira ocorreu menos de uma semana depois de terroristas suicidas terem atacado a sede da agência de inteligência afegã em Cabul, matando ao menos um guarda e ferindo dezenas de civis.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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