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Oriente Médio

Talibãs apresentam exigências para começar negociações de paz no Afeganistão

4 mai 2015 - 10h47
(atualizado às 10h47)
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Em reunião no Catar com representantes do governo do Afeganistão, os talibãs afegãos exigiram a saída das forças estrangeiras, a retirada de seus líderes da lista de sanções da ONU e a revisão da Constituição como pré-requisitos para começar as negociações de paz no país.

"Com a eliminação desses entraves, os afegãos podem chegar a um acordo de paz permanente", afirmaram nesta segunda-feira os insurgentes em comunicado depois de se reunirem no sábado e no domingo no Catar com representantes do Executivo afegão e do Alto Conselho para a Paz do país asiático.

Os talibãs, que durante o governo entre 1996 e 2001 reprimiram duramente as mulheres, expressaram na nota que aceitarão que elas trabalhem e estudem.

"Estamos comprometidos com os direitos das mulheres reconhecidos pelo Islã, como a educação e o trabalho", garantiram.

Os insurgentes pediram que seja permitida a abertura de um escritório, além do que têm no Catar, para poder manter as negociações e a retirada de seus líderes da lista de sanções da ONU e possam viajar.

"As negociações de paz e as sanções da ONU são um paradoxo", comentaram.

Membro do Alto Conselho para a Paz afegão, Ismail Qasemyar disse à Agência Efe em Cabul que os pedidos dos talibãs podem ser estudados.

"Todas as reivindicações dos talibãs podem ser discutidas em processo de diálogo para chegar a um acordo no maior número possível de pontos", comentou Qasemyar.

O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, destacou no fim de fevereiro que as bases para as negociações se encontram em seu melhor momento em três décadas e, em março, anunciou que seu governo havia finalizado o documento de trabalho que guiará o processo.

Os insurgentes, no entanto, tinham negado até então qualquer início de diálogo e advertido que a presença de tropas americanas impossibilitaria as conversas.

O país asiático atravessa um período de violência com 3.700 civis mortos e cerca de 7.000 feridos em 2014, segundo dados das Nações Unidas, que ultrapassam amplamente os de épocas anteriores.

A Otan encerrou em 2014 a missão de combate no Afeganistão, Isaf, que foi substituída desde janeiro por cerca de quatro mil soldados em tarefas de assistência e capacitação dos serviços de segurança afegãos.

Os Estados Unidos prosseguiram sua missão "antiterrorista" no Afeganistão com 9.800 soldados, mas Washington repensa os prazos para retirar as forças.

EFE   
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