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Oriente Médio

Steinitz afirma que Irã poderá desenvolver bomba nuclear em cinco anos

15 jul 2015 - 11h41
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O ministro israelense de Infraestrutura Nacional, Energia e Água, Yuval Steinitz, denunciou nesta quarta-feira que o acordo assinado ontem entre o Grupo 5+1 e o Irã permitirá que os iranianos desenvolvam armas nucleares em cinco anos.

"Este acordo está cheio de brechas", criticou Steinitz, uma das vozes que compõem as críticas geradas em Israel pelo histórico pacto firmado ontem em Viena para encerrar décadas de crise nuclear e sanções internacionais ao Irã.

As críticas do governo israelense focam nos seguintes aspectos: o não desmantelamento do programa nuclear iraniano, a insuficiência das inspeções, o acesso de Teerã a recursos que permitam ao Irã continuar com sua pesquisa e desenvolvimento no campo atômico.

A pesquisa "os permitirá desenvolver centrífugas (de urânio) entre 10 e 20 vezes mais potentes das que já têm", o que reduzirá a chamada "breakout capability" (capacidade de contar com quantidade de urânio suficiente para fabricar uma arma nuclear) em cinco anos, disse Steinitz, indignado que o pacto permita ao Irã "contratar especialistas e comprar material nuclear ou conhecimento da Rússia, da China e de países ocidentais".

"Calculamos que em uns cinco anos eles podem completar o desenvolvimento dessas centrífugas e, uma vez completo, em poucos meses podem produzir centenas de centrífugas, instalá-las e conseguir material suficiente para reduzir o prazo de 'breakout' de um ano para seis meses", afirmou.

De acordo com o ministro israelense, atualmente o Irã precisaria de três meses para produzir material físsil. Com o pacto, o tempo aumentaria para 12 meses, mas em cinco anos se reduzirá à metade e, em dez anos (quando expirar o prazo estipulado pelo acordo de Viena) poderá ser feito "em algumas semanas".

Steinitz também considera que "quando se presta atenção nos detalhes", o regime de inspeções internacionais imposto ao Irã "é praticamente inútil", já que em relação ao Protocolo Adicional do Tratado de Não-Proliferação (que o Irã assinou, mas não ratificou) este pacto permite até 24 dias em vez de 24 horas para visitas surpresa dos inspetores a instalações que se considerarem suspeitas.

"O procedimento favorece totalmente o Irã: serve mais ao engano que à inspeção", criticou Steinitz, que comentou que "um muro cheio de buracos é inútil, mas um muro 90% inteiro e 10% furado também é inútil".

Além disso, condenou com dureza a suspensão parcial das sanções, o que, a seu entender, permitirá ao Irã "ter acesso a US$ 150 bilhões", que utilizará para financiar "organizações terroristas como Hezbollah, Hamas, a Jihad Islâmica e os houthis no Iêmen".

"É como derramar gasolina em um Oriente Médio que já está em chamas", advertiu. Segundo o ministro israelense, o mundo se equivoca ao confiar no Irã.

Steinitz não quis opinar se esse pacto incentivará à chamada "opção militar", e se limitou a dizer que "o direito à autodefesa de Israel é inegociável".

Para ele e o conjunto do governo israelense, o acordo deveria se basear "no desmantelamento da infraestrutura nuclear que o Irã construiu ilegalmente, o que era a postura de todas as potências e do Conselho de Segurança da ONU há dois anos".

EFE   
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