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Oriente Médio

Sírios vivem sob temor de crise humanitária e armas químicas

23 jul 2012 - 19h06
(atualizado às 20h23)
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A situação humanitária na Síria está se agravando não apenas dentro do país, mas também nas regiões de fronteira, alertam a ONU e o Crescente Vermelho. O alerta foi feito no mesmo dia em que o governo sírio admitiu, pela primeira vez, a existência de armas químicas no país.

Moradores de Aleppo disseram à agência Reuters que os rebeldes lutavam contra as forças do governo perto dos escritórios da agência secreta síria, no centro da cidade
Moradores de Aleppo disseram à agência Reuters que os rebeldes lutavam contra as forças do governo perto dos escritórios da agência secreta síria, no centro da cidade
Foto: AP

Segundo o Crescente Vermelho na Síria, cerca de 1,5 milhão de pessoas no país não têm onde morar. Muitas estão recorrendo a abrigo em escolas e outras acomodações coletivas.

Calcula-se que entre 200 mil e 250 mil pessoas estejam buscando refúgio em países como Jordânia, Turquia, Líbano e Iraque. Nos próximos dias, deverá ficar pronto um novo campo de refugiados com capacidade para 110 mil pessoas construído pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) na Jordânia, país que recebe um fluxo diário de cerca de mil refugiados sírios.

Segundo agentes humanitários que atuam na Síria, a situação é a mais grave vivida pelos sírios em várias gerações, e a população não está "preparada psicologicamente". "Eles não querem abandonar seu país", disse à BBC um agente humanitário da ONU.

As agências estimam que 2,5 milhões de pessoas estejam sendo afetadas de alguma maneira. Neste cálculo estão incluídos sírios que perderam seus empregos ou que estão abrigando desalojados em suas casas.

Armas químicas
Em meio ao agravamento da crise, o governo sírio reconheceu nesta segunda-feira a existência de armas químicas no país.

Em entrevista transmitida pela TV estatal do país, o porta-voz do Ministério do Exterior, Jihad Makdissi, disse que armas químicas ou biológicas "nunca serão usadas" dentro do país, não importa o que aconteça na atual crise interna.

No entanto, ele admitiu que o país pode recorrer a essas armas - que estão guardadas e protegidas pelas forças armadas - em caso de "agressão externa". A confirmação da existência de armas químicas na Síria provocou reações internacionais.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que seria "condenável" se alguém na Síria estiver contemplando o uso desse tipo de armas de destruição em massa. O presidente americano, Barack Obama, disse que o presidente sírio, Bashar al-Assad, estaria cometendo um "erro trágico" caso decidisse usar essas armas.

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