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Oriente Médio

Síria permitirá que monitores fiquem; rebeldes apelam à ONU

17 jan 2012 - 19h55
(atualizado às 20h24)
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A Síria está disposta a permitir que os monitores da Liga Árabe prorroguem sua missão no país para além desta semana, disse uma fonte árabe na terça-feira, mas o comandante das forças rebeldes sírias afirmou que os monitores deveriam ir embora, já que não foram capazes de coibir a violência do governo contra manifestantes que exigem a renúncia do presidente Bashar al-Assad.

Damasco é contra a ampliação da missão da Liga Árabe, mas aceitaria uma prorrogação por um mês a partir de quinta-feira, quando expira seu mandato, segundo a fonte da Liga Árabe. Falando por telefone da Turquia, onde está radicado, Riad al Asaad, comandante do Exército Sírio Livre, formado principalmente por militares desertores, defendeu uma intervenção internacional para substituir a equipe árabe que monitora a adesão do governo a um plano de paz assinado em novembro.

Em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou e classificou como "inaceitável" a repressão síria às manifestações e pediu que o presidente sírio, Bashar al-Assad, deixe o poder. "Continuamos a ver níveis inaceitáveis de violência dentro daquele país, por isso continuaremos a fazer consultas muito próximas com a Jordânia para criar o tipo de pressão e clima internacionais que encorajem o atual regime sírio a se afastar", disse Obama após conversas com o rei Abdullah, da Jordânia.

A ONU estima que mais de 5.000 pessoas, a maioria civis, tenham morrido em dez meses de repressão às manifestações contra Assad, que são parte da chamada "Primavera Árabe". O governo sírio afirma estar sendo alvo de uma campanha terrorista patrocinada por governos estrangeiros, e diz que mais de 2.000 soldados e policiais já foram mortos.

Os chanceleres árabes vão se reunir no domingo para discutir se prorrogam ou não a presença dos 165 monitores. A expectativa é de que eles declarem que até agora o governo de Assad não cumpriu completamente os itens previstos no acordo - desmilitarização das cidades, libertação de manifestantes presos e instauração de um diálogo com a oposição.

"O resultado dos contatos que ocorreram na última semana entre a Liga Árabe e a Síria indicaram que a Síria não irá rejeitar a renovação da missão de monitoramento da Liga Árabe durante mais um mês... caso os chanceleres árabes solicitem isso na sua próxima reunião", disse a fonte que falou à Reuters.

Assad, o comandante rebelde, disse que os monitores da Liga Árabe "fracassaram na sua missão, e embora respeitemos e apreciemos os nossos irmãos árabes por seus esforços, achamos que eles são incapazes de melhorarem as condições na Síria ou de resistirem a esse regime". "Por essa razão", disse o líder rebelde, "pedimos a eles que remetam a questão ao Conselho de Segurança da ONU, e pedimos à comunidade internacional que intervenha, porque ela é mais capaz de proteger os sírios a esta altura do que nossos irmãos árabes."

China e Rússia, que têm poder de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, até agora relutam em aceitar qualquer medida da comunidade internacional contra o regime de Assad, no poder desde 2000.

Confrontos

A agência estatal de notícias Sana disse que foguetes disparados por militantes mataram um oficial militar e cinco subordinados dele num posto de controle rural nos arredores de Damasco, deixando também sete feridos. Na véspera, segundo a agência, pistoleiros mataram um general leal a Assad.

Na cidade de Homs, ativistas disseram que um tanque fez disparos contra o bairro de Khalidiya, após uma noite de protestos contra o presidente. Um vídeo no YouTube mostrou uma multidão dançando e agitando a antiga bandeira da Síria, abandonada depois que o partido Baath, de Assad, assumiu o poder, em 1963.

Os ativistas disseram ainda que houve confrontos entre rebeldes e soldados no bairro. Houve relatos também de que um homem foi morto a tiros em uma barreira militar em Qatana, subúrbio de Damasco, e que um ativista foi morto por um franco-atirador em Khan Sheikhoun, no noroeste do país.

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