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Oriente Médio

Síria: hospitais de Aleppo ficam lotados após terceiro dia de ataques

17 dez 2013 - 20h23
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Os hospitais de Aleppo estavam lotados nesta terça-feira, no terceiro dia de ataques aéreos das forças do regime a bairros rebeldes da maior cidade do norte da Síria. Em três dias, os ataques deixaram cerca de 120 mortos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Segundo a organização Médicos Sem Fronteiras, os hospitais do norte da cidade estavam lotados e já não tinham material de primeiros socorros. "Os médicos estavam diante de decisões extremamente difíceis em razão de um grande fluxo de pacientes", lamentou Aitor Zabalgogeazkoa, coordenador do MSF na Síria. "Os helicópteros atingiram diferentes lugares, incluindo uma escola", disse.

A metrópole do norte da Síria é sacudida por ataques aéreos que deixaram 20 mortos nesta terça-feira, segundo o OSDH. Em três dias, esses ataques deixaram cerca de 120 mortos, segundo essa organização que se baseia em uma ampla rede de militantes e fontes médicas civis e militares na Síria. Os bombardeios de domingo foram os mais mortais, com 76 mortos, incluindo 28 crianças, em bairros controlados pelos rebeldes no leste de Aleppo.

O OSDH indicou em um comunicado que os helicópteros jogam "barris de explosivos" cheios de concreto e TNT "para causar o máximo de destruição e mortes". Uma fonte da segurança síria negou a utilização de barris, enquanto uma outra disse que o Exército prefere usar esses barris em vez de mísseis, que são mais caros por serem importados da Rússia.

Homem tenta ajudar sírio ferido durante o ataque a Aleppo
Homem tenta ajudar sírio ferido durante o ataque a Aleppo
Foto: AFP

Depois do anúncio da morte de um médico britânico que estava detido pelas autoridades sírias há mais de um ano, Londres acusou Damasco de tê-lo assassinado. "Nada pode desculpar o tratamento ao qual ele foi submetido por parte das autoridades sírias, que, de fato, assassinaram um cidadão britânico que estava presente em seu país para ajudar as pessoas feridas durante a guerra civil", declarou à BBC o secretário de Estado britânico de Relações Exteriores, Hugh Robertson. Com isso, ele confirmou oficialmente a morte de Abbas Khan, um cirurgião ortopedista londrino detido em novembro de 2012 depois de ter trabalhado em hospitais de Aleppo.

Em Haia, a organização encarregada de supervisionar a destruição do arsenal sírio se reuniu nesta terça para acertar os últimos detalhes do plano de destruição, apesar de os atrasos serem cada vez mais prováveis. Segundo o plano da Organização para a Proibição das Armes Químicas (Opac), as armas químicas declaradas por Damasco devem ser destruídas até 30 de junho de 2014. Os agentes mais perigosos devem ter deixado o território sírio até 31 de dezembro deste ano. Mas esse prazo não deve ser respeitado, principalmente por causa da falta de segurança.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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