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Oriente Médio

Síria: após EUA enviarem porta-aviões, Rússia desloca navio

2 set 2013 - 06h19
(atualizado às 12h59)
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Com a expectativa da um ataque americano à Síria em um futuro próximo, o governo russo enviou um barco militar de reconhecimento no Mar Negro para as costas da Síria, segundo a agência Interfax. O barco SSV-201 Priazovye iniciou no domingo a viagem para a região leste do Mediterrâneo, segundo uma fonte militar citada pela agência, que explicou a missão como uma "coleta de informação".

O governo da Rússia afirmou nesta segunda-feira que não está convencida em absoluto com as provas apresentadas pelos Estados Unidos e seus aliados sobre um suposto ataque químico perto de Damasco, atribuído ao Ocidente ao regime de Assad.

"O que foi mostrado antes e recentemente por nossos sócios americanos, assim como pelos britânicos e franceses, não nos convence em absoluto", declarou o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov. O chanceler disse ainda que existem "muitas dúvidas" sobre as imagens do suposto ataque divulgadas na internet.

Também nesta segunda-feira, a rede de notícias ABC informou que o porta-aviões USS Nimitz está se deslocando em direção ao norte do Mar Vermelho, embora não tenha ainda recebido ordens para dar apoio a um possível ataque contra a Síria. A grupo de ataque do Nimitz, que inclui um lançador de mísseis guiados e quatro destroires, foi mantido no Oceano Índico, por uma "decisão responsável prudente", um segundo declarações de um funcionário ao canal de televisão.

Um oficial da defesa confirmou à AFP que o porta-aviões se encontra na região, mas não quis informar a localização específica. A embarcação deveria voltar para seu porto de origem, em Everett, Washington, depois de permanecer vários meses em missão no Mar Arábico, quando recebeu ordens para permanecer na área. Cinco porta-aviões americanos agora estão posicionados em águas mediterrâneas, a postos caso o presidente Barack Obama dê a ordem de iniciar o ataque contra a Síria.

O navio russo SSV-201 em imagem de arquivo
O navio russo SSV-201 em imagem de arquivo
Foto: Reprodução

O Exército sírio permanece em estado de alerta, apesar da perspectiva de uma ação militar estar mais distantes, afirmou uma fonte das forças de segurança de Damasco à AFP. "A agressão americana contra a Síria, se acontecer, é uma forma de apoio ao terrorismo. O Exército está em alerta e permanecerá até que o terrorismo seja completamente erradicado", disse a fonte, que pediu anonimato.

Guerra civil em fotos
AFP

O Terra compilou alguns dos principais materiais fotográficos disponibilizados ao longo destes mais de dois anos de guerra na Síria. Cada imagem leva a uma galeria que conta um episódio específico ou remete a uma situação importante do conflito.

No domingo, o presidente sírio advertiu que o país pode enfrentar qualquer ofensiva, após a decisão do presidente americano Barack Obama de pedir o aval do Congresso antes de um eventual ataque que até então parecia iminente.

No mesmo dia, Obama iniciou uma intensa campanha de lobby para tentar convencer os congressistas reticentes a dar o apoio à intervenção militar na Síria, informou uma fonte da Casa Branca. Obama, o vice-presidente Joe Biden e o chefe de gabinete da presidência intensificaram as ligações para senadores e representantes, segundo a mesma fonte.

Nesta segunda-feira, Obama receberá na Casa Branca John McCain, influente senador republicano que no domingo disse que não tinha certeza se apoiaria a resolução da Casa Branca de atacar a Síria.

Ao mesmo tempo, o governo francês pretende apresentar nesta segunda-feira aos parlamentares documentos que permitem "identificar" a responsabilidade do regime sírio no ataque ataque químico de 21 de agosto perto de Damasco, afirmou à AFP uma fonte governamental. A fonte citou "um conjunto de elementos de prova de diferentes tipos que permitem identificar claramente o regime como responsável pelo ataque químico".

O presidente François Hollande é pressionado pela oposição, assim como por parlamentares socialistas, para pedir uma votação no Parlamento sobre uma eventual ação militar contra o regime de Assad.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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