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Oriente Médio

Síria acusa rebeldes de utilizarem arma química; oposição nega

19 mar 2013 - 07h49
(atualizado às 15h59)
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O regime sírio acusou nesta terça-feira os rebeldes de terem disparado um míssil com uma ogiva química na província de Aleppo (norte) deixando cerca de 25 mortos. É a primeira vez que o regime do presidente Bashar al-Assad acusa os rebeldes do uso de armas químicas - um dos temas de maior preocupação dos observadores internacionais. O ataque, negado pelos oposicionistas, ainda não foi confirmado pela ONU.

A informação foi denunciada pela agência oficial Sana e depois confirmada pelo ministro sírio da Informação, Omran al-Zoabi. Segundo os últimos dados do governo, até 25 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, grupo pró-oposição que monitora o conflito usando uma rede de contatos na Síria, colocou o número de mortos em 26, incluindo 16 soldados.

A comunidade internacional advertiu em diversas ocasiões Damasco contra a utilização de armas químicas. Várias autoridades ocidentais e israelenses expressaram, por sua vez, o temor de que estas armas caiam nas mãos de alguns grupos da oposição.

No início de março, quase 200 soldados e rebeldes perderam a vida na batalha pela tomada de controle da academia de polícia de Khal al-Assal, a oeste de Aleppo, da qual os insurgentes finalmente se apoderaram. Há uma semana, o exército lançou uma contraofensiva e reconquistou parte do povoado, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Contudo, um comandante rebelde sírio negou o relato da mídia estatal de que as forças de oposição estavam por trás do ataque e disse que o governo tinha disparado um míssil com agentes químicos na cidade de Khan al-Assal.

"Nós estávamos ouvindo relatos desde cedo esta manhã sobre um ataque do regime em Khan al-Assal, e nós acreditamos que eles dispararam um (míssil) Scud com agentes químicos. Então, de repente, soubemos que o regime estava transformando esses relatos contra nós", disse Qassim Saadeddine, um dos líderes rebeldes e porta-voz do Conselho Superior Militar, em Aleppo. "Os rebeldes não estavam por trás deste ataque", acrescentou.

A ONU afirmou nesta terça-feira que não pode confirmar os relatórios que indicam a ocorrência de um ataque com armas químicas no norte da Síria, mas considerou que a ação seria um "crime horrendo".

"O secretário-geral (Ban Ki-moon) está a par dos relatórios sobre esse ataque em Aleppo, mas as Nações Unidas não estão em posição de poder confirmá-los", afirmou hoje à imprensa o porta-voz da ONU, Martin Nesirky. O funcionário lembrou que Ban disse por "repetidas ocasiões" que o uso de armas químicas "por qualquer das partes" seria uma "grave" violação das leis internacionais humanitárias e uma "escandalosa escalada do sangrento conflito" no país.

O governo dos Estados Unidos também disse hoje que, por enquanto, não tem evidências de que os rebeldes sírios estejam usando armas químicas. "Neste momento não temos evidências que sustentem essas acusações", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Líbano

Também nesta terça-feira, o presidente libanês, Michel Suleiman, classificou de inaceitável o ataque realizado na segunda-feira pela aviação síria contra seu território. "O bombardeio aéreo sírio contra o território libanês é uma violação inaceitável da soberania libanesa", afirmou, segundo um comunicado da presidência. É a primeira confirmação oficial de que este ataque atingiu o Líbano.

Uma autoridade militar de alta patente libanesa, que pediu o anonimato, confirmou à AFP o ataque, mas não quis informar se havia atingido o Líbano.

Mulher recebe tratamento e respira através de máscara de oxigênio no hospital de Aleppo após o suposto ataque químico da oposição síria
Mulher recebe tratamento e respira através de máscara de oxigênio no hospital de Aleppo após o suposto ataque químico da oposição síria
Foto: Reuters

Com informações das agências AFP, EFE e Reuters.

Fonte: Terra
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