Rússia diz que declaração sugerida da ONU sobre cidade síria era unilateral
A Rússia disse nesta segunda-feira que obstruiu uma declaração do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o cerco à cidade síria de al-Qusair no final de semana porque ela equivalia a uma demanda por um cessar-fogo unilateral das forças do governo.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Alexander Lukashevich descreveu o que estava acontecendo em Qusair, um bastião rebelde sírio cercado há duas semanas por tropas sírias e guerrilheiros do Hezbollah, como uma "operação contraterrorista".
No Conselho de Segurança no sábado, diplomatas disseram que a Rússia havia obstruído um esboço de declaração posto em circulação pela Grã-Bretanha que expressava grave preocupação com a situação em Qusair e pedia aos dois lados que evitassem vítimas civis. Pedia ainda ao governo para "exercer sua responsabilidade de proteger civis" e dar aos trabalhadores humanitários acesso aos moradores presos.
Lukashevich, cujo governo é um dos principais aliados do governo Síria, disse que o esboço significava "uma demanda de cessar-fogo unilateral por parte dos militares sírios e uma passagem para bandidos cercados em vários bairros da cidade".
"Dificilmente pode ser descrito como oportuno propor levantar a voz da comunidade internacional em uma situação em que o Exército sírio está completando uma operação contraterrorista contra militantes que aterrorizaram a população (de Qusair) por meses sem moderação", ele disse.
A Rússia vem sendo o mais poderoso protetor do presidente sírio, Bashar al-Assad, durante um conflito que matou mais de 80 mil pessoas desde março de 2011. Moscou vem evitando sanções da ONU e, com a China, vetou três resoluções do Conselho de Segurança da ONU visando a pressionar o governo de Assad.