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Oriente Médio

Rússia bloqueia pedido de acesso a cidade síria no Conselho de Segurança

5 jul 2013 - 18h46
(atualizado às 19h04)
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As forças do regime sírio intensificavam os bombardeios a Homs, anunciou a ONU nesta quinta-feira, no momento em que seu Conselho de Segurança não consegue aprovar uma declaração solicitando o acesso humanitário à cidade, diante da oposição da Rússia.

Moscou continuava a bloquear a resolução nesta sexta-feira, considerando que há "dois critérios" opostos no texto proposto por Austrália e Luxemburgo. Segundo a Rússia, o projeto também deveria incluir outras cidades assediadas pelos rebeldes sírios.

A resolução deve ser aprovada por unanimidade pelos 15 membros do Conselho.

Cerca de 4.000 civis foram tomados como reféns na cidade velha de Homs, no centro da Síria, um bairro no qual as forças de Bashar al-Assad, apoiadas por combatentes do movimento xiita libanês Hezbollah, lançaram uma ofensiva em 28 de junho.

"Segundo informações recém-recebidas, o bairro de Al-Khaldiya é alvo de intensos bombardeios desde a madrugada. Esses ataques alcançam agora toda a cidade velha de Homs", declarou nesta sexta Farhan Haq, um porta-voz da ONU.

A comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, está "muito preocupada" com as consequências do ataque das tropas do regime sobre a população da cidade, disse Haq.

O projeto de declaração solicita ao governo sírio que autorize às organizações humanitárias o livre acesso a Homs e permita a saída dos civis "encurralados" em meio aos combates.

A Rússia, que tem sido um fiel aliado do regime sírio, indica ter apresentado outro texto, no qual solicitava o acesso imediato a Homs e às cidades de Nubul e Zahra, encraves xiitas próximos de Aleppo.

"Lamentamos que nossas propostas tenham sido completamente ignoradas", afirmou um porta-voz russo, em declaração concedida à AFP. "Há dois critérios distintos no texto que circulava na quinta, e não têm muito a ver com os problemas humanitários", acrescentou, referindo-se a civis "retidos em Homs por grupos terroristas que os usam como escudos humanos".

Desde o início do conflito na Síria, em março de 2011, a Rússia se opõe a declarações ou resoluções críticas a seu aliado sírio, usando até mesmo seu poder de veto em alguns momentos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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