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Oriente Médio

Reunião preparatória para conferência sobre a Síria enfrenta dificuldades

31 mai 2013 - 11h16
(atualizado às 11h44)
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As Nações Unidas decidiram organizar na quarta-feira uma reunião preparatória para a conferência de paz sobre a Síria, com os Estados Unidos e a Rússia, enquanto a oposição rejeita participar e Bashar al-Assad se diz confiante na vitória.

"Em 5 de junho, representantes dos Estados Unidos, da Rússia e da ONU vão participar de uma reunião em Genebra relacionada à preparação da Conferência Internacional sobre a Síria", indicou a ONU em um comunicado quinta-feira à noite.

A ONU será representada por Lakhdar Brahimi, enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, e por Jeffrey Feltman, vice-secretário-geral da organização. Ainda não há confirmações sobre os representantes americanos e russos.

A proposta de uma nova conferência sobre a Síria, batizada de "Genebra 2", que reunirá representantes do governo e da oposição, foi lançada no início de maio por Washington e Moscou.

Mas o caminho para a sua realização parece difícil. A oposição afirmou na quinta que não participará do encontro "enquanto as milícias do Irã e o Hezbollah continuarem com sua invasão da Síria".

Já o presidente Bashar al-Assad se disse "muito confiante" na vitória de suas tropas em uma entrevista concedida ao canal do Hezbollah, Al-Manar.

Em Istambul, a Coalizão opositora chegou a um acordo, depois de oito dias de intensas discussões que evidenciaram a rivalidade entre os dois maiores patrocinadores da oposição, o Catar e a Arábia Saudita.

Nenhum desses dois poderes prevaleceu. No total, 51 novos membros foram incorporados ao grupo por meio de votação, dez pertencentes ao grupo do dissidente cristão Michel Kilo. Este, apoiado pela Arábia Saudita, queria inverter a influência dominante da Irmandade Muçulmana e do Catar, que apoia o grupo.

A Irmandade resistiu, mas acabou cedendo 14 assentos aos ativistas que apoiam a contestação em território sírio e outros 15 a civis do Exército Sírio Livre (ESL).

Este acordo foi o resultado de dois dias de discussões entre autoridades sauditas, catarianas, turcas e diplomatas britânicos, franceses e dos Emirados Árabes.

No terreno, o Exército do regime e o Hezbollah libanês pressionam os rebeldes que defendem com todas as forças a cidade estratégica de Qousseir e, apesar do cerco, centenas de insurgentes conseguiram reforçar as forças rebeldes, segundo a oposição.

A aviação síria mantém os bombardeios a Qousseir, mas, segundo o líder interno da Coalizão opositora, George Sabra, "cerca de 1.000 combatentes de toda a Síria" conseguiram entrar neste reduto da rebelião, no centro-oeste do país.

Esses reforços seriam, em sua maioria, pertencentes, principalmente, a um grupo armado ligado à Irmandade Muçulmana.

Nesta sexta em sua página no Facebook, o grupo armado Liwa al-Tawhid afirmou que "seus combatentes chegaram a Qousseir" e publicou uma imagem de seu porta-voz Abou Firas al-Halabi com o militante de Qousseir, Hadi al-Abdallah.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) confirmou a "chegada de centenas de combatentes", que conseguiram abrir uma brecha no noroeste de Qousseir.

Paralelamente, a Rússia declarou ainda não ter entregue o sofisticado sistema de mísseis de defesa antiaérea terra-ar S-300 à Síria, ao contrário do que havia sugerido o presidente sírio, mas a construtora aeronáutica MiG indicou que dez aviões de combate Mig-29 podem ser fornecidos a Damasco.

A União Europeia oficializou nesta sexta-feira a mudança de seu regime de sanções contra a Síria, após a controversa decisão de retirar o embargo sobre as armas para a oposição.

Os Estados Unidos elogiaram essa decisão, mas, de acordo com especialistas, não há intenção alguma, por enquanto, de armar uma rebelião dividida entre moderados e jihadistas devido ao tenor de se envolver em uma "guerra por procuração" contra o Irã e a Rússia.

Na tentativa de se precaver diante de um aumento do poder dos radicais islâmicos na Síria, o Conselho de Segurança da ONU anunciou nesta sexta a inclusão da Frente Al-Nusra em sua lista global de sanções por causa dos vínculos do grupo com a Al-Qaeda.

A Frente, uma temível organização que luta contra as forças do presidente Bashar al-Assad, é agora alvo de um congelamento de bens e de um embargo ao fornecimento de armas, de acordo com um anúncio feito pelo comitê de sanções à Al-Qaeda do Conselho de Segurança da ONU.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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