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Oriente Médio

Repressão aumenta na Síria três meses após início da revolta

11 jun 2011 - 15h59
(atualizado às 16h15)
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Uma onda de violência assola a Síria três meses após o início da revolta popular contra o regime de Bashar Al Assad. Forças do governo com o apoio de helicópteros mataram 25 pessoas na sexta-feira e neste sábado invadiram a cidade de Jisr al Shugur, palco de uma dura repressão.

Apesar das sanções e protestos internacionais, o regime sírio parece disposto a reprimir violentamente todo e qualquer protesto, em ações classificadas como uma "selvageria" pela vizinha Turquia e "espantosas" pela Casa Branca.

Enquanto os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU não chegam a um acordo sobre uma resolução que condene a repressão, os Estados Unidos exigiram que "cessem imediatamente a violência e brutalidade".

Dezenas de manifestantes, principalmente sírios, realizaram um protesto em frente a embaixada da Síria na Tunísia, aos gritos de "não ao terrorismo, nossa revolução é feita por homens livres".

Na sexta-feira, numa violenta repressão em Maaret al Numan, nos arredores de Jisr al Shugur, os militares mataram cerca de dez civis ao disparar contra dezenas de milhares de manifestantes, de acordo com ativistas e testemunhas.

A TV estatal acusou "grupos terroristas armados" por um ataque ao quartel das forças de segurança de Maaret Al Numan e de ter ateado fogo a plantações ao redor de Jisr al Shugur. No entanto, testemunhas garantem que foram os soldados quem incendiaram os campos de trigo da região.

Neste sábado, o exército sírio chegou à cidade de Jisr al Shugur, na província de Idleb. O regime havia anunciado na véspera uma operação militar "a pedido dos habitantes".

Nesta cidade de cerca de 50 mil habitantes, "todo mundo foi embora, não restou nada", afirmou Abu Talal, um camponês de 45 anos que mora em uma deserta colina com sua família.

Em apoio a Jisr Al Shugur, dezenas de milhares de pessoas protestaram na sexta-feira em todo o país, numa convocação dos militantes pró-democracia.

De acordo com ativistas dos direitos humanos, vinte e cinco pessoas morreram pelos militares que repreendiam esses movimentos.

Devido às restrições impostas pelo regime, os jornalistas não podem transitar livremente pelo país e as informações recebidas por fontes idenpendentes nunca são confirmadas pelo Governo.

Vários desertores do Exército, refugiados na fronteira turca, relataram a brutal repressão exercida por suas unidades contra os movimentos de protesto. Eles também falaram do medo de alguns soldados, ameaçados de morte caso deixem as Forças Armadas.

Desde 15 de março, a repressão já deixou na Síria mais de 1,2 mortos, dez mil presos e a fuga de outros milhares - 4,6 mil só em direção a Turquia -, de acordo com dados de Organizações Não-Governamentais.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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