O primeiro-ministro da Síria, Wael al Halqi, disse nesta quarta-feira que seu país se transformará no "cemitério dos invasores" e acusou os Estados Unidos e seus aliados de utilizarem "argumentos falsos" para justificar uma intervenção militar. "A Síria vai ser o cemitério dos invasores, não vai se assustar por ameaças colonialistas e nenhuma força do mundo poderá vencê-la", afirmou Halqi durante um ato com deputados do país.
Diante da crescente pressão internacional que aponta para um iminente ataque, o chefe do governo assegurou que a Síria "vai sair da crise fortalecida". Halqi disse que sem país combaterá a "mentira da acusação do Ocidente com a resistência do povo sírio, sua coesão e apoio ao exército", segundo declarações divulgadas pela agência oficial Sana. O primeiro-ministro culpou os Estados Unidos, Israel e os países ocidentais por "criarem mentiras e empregarem argumentos falsos como o uso de armas químicas" para lançar um ataque.
Na sua opinião, essa eventual intervenção se deve à "resistência dos sírios e às vitórias do valente exército contra os terroristas". Halqi argumentou que "os países que batem os tambores de guerra contra a Síria são os mesmos que cometem os massacres no Iraque, Líbano e outras nações". O primeiro-ministro também acusou esses países de "absorverem o sangue árabe mediante o roubo de suas riquezas" e responsabilizou Estados Unidos e Israel por implantar "o terrorismo e a Al Qaeda no mundo". Halqui acrescentou que grupos extremistas como a Frente al-Nusra, que combate o regime sírio, são "o braço de Washington e Israel na região".
Ministro sírio acusa Ocidente de encorajar rebeldes a usar armas químicas
O governo está reagindo. Ainda hoje, o vice-chanceler sírio, Fayçal Meqdad, acusou também hoje o Ocidente de encorajar os rebeldes a usar gás sarin em várias ocasiões na Síria. "Os grupos terroristas fizeram uso de gás sarin em várias partes do país com o incentivo americano, britânico e francês", declarou a repórteres.
Falando a jornalistas após uma reunião no Four Seasons Hotel em Damasco com a responsável da ONU pelo desarmamento Angela Kane, o ministro sírio advertiu este o país. "É preciso parar com o incentivo desses países ocidentais, porque ao defenderem os terroristas e adotarem suas palavras, esses grupos vão, em breve, voltar suas armas químicas contra os povos da Europa". Kane está em Damasco em companhia de especialistas da ONU que investigam um suposto ataque com armas químicas em 21 de agosto, nas proximidades de Damasco.
Anteriormente, o embaixador da Síria na ONU, Bashar al-Jaafari, havia dito em uma entrevista quarta-feira à agência Sana que "uma grande quantidade de dados (tendem) a provar a inocência do governo sírio" e denunciou "uma acusação falsa". Esses dados também mostram que "grupos armados usaram armas químicas, a fim de provocar uma intervenção militar estrangeira e uma agressão contra a Síria", assegurou o embaixador.
Menino vítima de ataque com armas químicas recebe oxigênio
Foto: Reuters
Menina é atendida em hospital improvisado após o ataque
Foto: AP
Homens recebem socorro após o ataque com arma químicas, relatado pela oposição e ativistas
Foto: AP
Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Foto: AFP
Homens e bebês, lado a lado, entre as vítimas do massacre
Foto: AFP
Corpos são enfileirados no subúrbio de Damasco
Foto: AFP
Muitas crianças estão entre as vítimas, de acordo com imagens divulgadas pela oposição ao regime de Assad
Foto: AP
Corpos das vítimas, reunidos após o ataque químico
Foto: AP
Imagens divulgadas pela oposição mostram corpos de vítimas, muitas delas crianças, espalhados pelo chão
Foto: AFP
Meninas que sobreviveram ao ataque com gás tóxico recebem atendimento em uma mesquita
Foto: Reuters
Ainda em desespero, crianças que escaparam da morte são atendidas em mesquita no bairro de Duma
Foto: Reuters
Menino chora após o ataque que, segundo a oposição, deixou centenas de mortos em Damasco
Foto: Reuters
Após o ataque com armas químicas, homem corre com criança nos braços
Foto: Reuters
Criança recebe atendimento em um hospital improvisado
Foto: Reuters
Foto do Comitê Local de Arbeen, órgão da oposição síria, mostra homem e mulher chorando sobre corpos de vítimas do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Nesta fotografia do Comitê Local de Arbeen, cidadãos sírios tentam identificar os mortos do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Homens esperam por atendimento após o suposto ataque químico das forças de segurança da Síria na cidade de Douma, na periferia de Damasco; a fotografia é do escrtitório de comunicação de Douma
Foto: Media Office Of Douma City / AP
"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco; a imagem foi retirada de um vídeo da oposição síria que documenta aquilo que está sendo denunciado pelos rebeldes como um ataque químico das forças de segurança da Síria assadista
Foto: YOUTUBE / ARBEEN UNIFIED PRESS OFFICE / AFP
Nesta imagem da Shaam News Network, órgão de comunicação da oposição síria, uma pessoa não identificada mostra os olhos de uma criança morta após o suposto ataque químico de tropas leais ao Exército sírio em um necrotério improvisado na periferia de Damasco; a fotografia, de baixa qualidade, mostra o que seria a pupila dilatada da vítima
Foto: HO / SHAAM NEWS NETWORK / AFP
Rebeldes sírios enterram vítimas do suposto ataque com armas químicas contra os oposicionistas na periferia de Damasco; a fotografia e sua informação é do Comitê Local de Arbeen, um órgão opositor, e não pode ser confirmada de modo independente neste novo episódio da guerra civil síria
Foto: YOUTUBE / LOCAL COMMITTEE OF ARBEEN / AFP
Agências internacionais registraram que a região ficou vazia no decorrer da quarta-feira
Foto: Reuters
Mais de mil pessoas podem ter morrido no ataque químico, segundo opositores do regime de Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Cão morto é visto em meio a prédios de Ain Tarma
Foto: Reuters
Homens usam máscara para se proteger de possíveis gases químicos ao se aventurarem por rua da área de Ain Tarma
Foto: Reuters
Imagem mostra a área de Ain Tarma, no subúrbio de Damasco, deserta após o ataque químico que deixou centenas de mortos na quarta-feira. Opositores do governo sírio denunciaram que forças realizaram um ataque químico que matou homens, mulheres e crianças enquanto dormiam