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Oriente Médio

Rebeldes sírios tomam cidade da província de Deraa (ONG)

29 mar 2013 - 15h43
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Os rebeldes sírios tomaram o controle de Daël, uma importante cidade da província de Deraa (sul), acelerando seu avanço nesta região na fronteira com a Jordânia, anunciou nesta sexta-feira o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"Os rebeldes tomaram o controle de Daël depois de terem destruído três barreiras do Exército nas entradas da cidade (...) situada na principal rota ligando Deraa a Damasco", anunciou o OSDH, que se baseia em uma vasta rede de militantes e fontes médicas em território sírio.

Além disso, Deraa, berço da revolta contra o regime de Bashar al-Assad, "está quase cortada" da capital, explica Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.

"Grandes partes da província de Deraa permanecem sob controle rebelde. Seu avanço no sul se acelerou", considera Abdel Rahman, ressaltando a posição estratégica desta província localizada na fronteira com Israel, nas Colinas de Golã, e com a Jordânia.

No domingo passado, o OSDH havia anunciado que os rebeldes tinham tomado uma faixa de 25 quilômetros entre a Jordânia e a linha de cessar-fogo com Israel.

Nas últimas 24 horas, pelo menos 15 rebeldes e um cidadão-jornalista que estava com eles morreram nos combates em Daël, assim como 12 soldados e dez civis, incluindo uma criança, de acordo com a mesma fonte.

No norte do país, pelo menos nove civis, entre eles duas crianças e quatro mulheres, morreram atingidos por um míssil que caiu sobre a cidade de Hreitane, situada a noroeste da província de Aleppo, segundo o OSDH.

Na cidade de Aleppo, violentos combates causaram a morte de 14 partidários do regime armados no bairro de maioria curda de Cheikh Makssoud, onde combates violentos são travados contra rebeldes curdos. No mesmo setor, morteiros deixaram oito mortos, incluindo duas crianças e 60 feridos.

Ainda no norte, na província de Raqa controlada em parte pelos rebeldes, a aviação efetuou ataques perto da Base 17, uma das últimas posições do Exército na região, segundo o OSDH.

Nas imediações de Damasco, novos combates eclodiram em vários bairros, principalmente em Qaboun e em Yarmouk.

Nesta sexta-feira, tradicional dia de mobilização contra o regime, os manifestantes expressaram novamente a sua determinação de derrubar o presidente sírio.

"Nós liberamos o assento na Liga Árabe, em breve será a vez da cadeira de Bashar", indicava uma faixa em Douma, próximo a Damasco, em referência à decisão da organização panárabe de conceder o assento da Síria à oposição.

"Este assento é nosso direito porque o regime do carrasco perdeu a sua legitimidade", estava escrito em um cartaz em Homs.

"Para que serve um assento (na Liga Árabe)? O que nós queremos é o fim do banho de sangue na Síria", proclamavam, entretanto, outros manifestantes na província de Aleppo.

No total, a violência deixou pelo menos 150 mortos quinta-feira na Síria, incluindo 14 estudantes e uma criança mortos em um ataque com morteiros na Universidade de Damasco, segundo o OSDH.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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