PUBLICIDADE

Oriente Médio

Rebeldes sírios rejeitam coalizão e querem liderança islâmica

25 set 2013 - 14h14
(atualizado às 14h24)
Compartilhar
Exibir comentários

Milhares de rebeldes sírios romperam com a coalizão de oposição apoiada pelo Ocidente e pediram a formação de uma nova frente islâmica, enfraquecendo os esforços internacionais para organizar uma força militar pró-ocidental para substituir o presidente Bashar al-Assad.

Ainda mais dividida no campo de batalha, onde as tropas de Assad mais bem armadas vêm ganhando terreno, aliados do Exército Sírio Livre (ESL) estão entre as 13 facções rebeldes diferentes que repudiaram a liderança no exílio e formaram uma aliança islâmica que inclui a Frente Nusra, ligada à Al-Qaeda, disseram comandantes nesta terça-feira.

Não ficou claro os detalhes sobre o número de combatentes envolvidos e como eles cooperariam entre si. Mas, em um vídeo publicado na Internet, o líder da Brigada Islâmica Tawheed disse que o grupo rejeita a autoridade da Coalizão Nacional Síria (CNS) e do Ocidente - e a administração no exílio de Ahmad Tumeh, apoiada pela Arábia Saudita.

Uma porta-voz do presidente da CNS, Ahmed Jarba, presente na Assembleia-Geral da ONU em Nova York, disse que Jarba iria para a Síria na quinta-feira dar uma resposta: "Nós não vamos negociar com grupos individuais. Vamos criar uma estrutura melhor para organizar as forças combatentes", disse o porta-voz Loay Safi.

Reportagens exclusivas
AFP

Acompanhe a cobertura exclusiva do Terra através do trabalho dos jornalistas Tariq Saleh e Mauricio Morales. Sediado no Líbano, país vizinho e sensível à crise síria, Saleh conversou com sírios, visitou refugiados e ouviu analistas para acompanhar o desenrolar de um conflito complexo e com desfecho ainda incerto. Enviado especial para o conflito, Morales passou dias com rebeldes para conhecer sua visão do conflito.

A medida significa um retrocesso para líderes estrangeiros que tentam impulsionar grupos rebeldes mais seculares, de modo a tranquilizar seus eleitores a respeito de um envolvimento maior na guerra civil da Síria. Alguns podem repensar sua ajuda aos militantes, que vai desde o fornecimento de armamento pelo Golfo a uma ajuda não-letal da Europa e EUA.

Para Assad, incentivado pela assistência diplomática russa que enfraqueceu os planos dos EUA para bombardear suas forças após um ataque com gás letal, qualquer coalizão rebelde mais poderosa poderia desafiar o avanço de seu Exército no campo de batalha. Mas isso poderia ser mais do que compensado pelo enfraquecimento do apoio internacional a seus inimigos.

Embora alguns combatentes islâmicos moderados tenham negado que a medida seja uma abordagem mais radical e sectária, um papel de maior destaque para islâmicos mais radicais em detrimento da CNS pode reforçar o argumento de Assad de que a alternativa para o seu governo é uma Síria administrada pela Al-Qaeda.

A facção de militância islâmica mais radical, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), da Al-Qaeda, responsável por convergir um elevado número de jihadistas estrangeiros para a Síria, não está entre as signatários do novo pacto. Não ficou claro, no entanto, se havia rejeitado se envolver ou se não havia sido convidada.

Os 13 grupos que assinaram o comunicado convocam a oposição a se reorganizar sob uma estrutura islâmica e a ser conduzida somente por grupos que lutam em território sírio. Os signatários vão desde extremistas como a Frente Nusra a grupos mais moderados, como a Brigada Tawheed e a Brigada Islâmica.

"Essas forças sentem que todos os grupos formados no estrangeiro sem ter voltado ao país não os representam, então as forças não os reconhecem", diz o comunicado lido em um vídeo publicado na Internet por Abdulaziz Salameh, líder político da Brigada Tawheed. "Sendo assim, a Coalizão Nacional e seu suposto governo liderado por Ahmad Tumeh não os representam e não vão ser reconhecidos", acrescentou.

Guerra na Síria para iniciantes
AFP AFP
AFP AFP
Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade