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Oriente Médio

Rebeldes sírios obtêm vitória importante perto de Aleppo

6 ago 2013 - 18h46
(atualizado às 19h08)
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Os rebeldes tomaram nesta terça-feira uma base aérea estratégica perto de Aleppo, no norte da Síria, registrando um avanço importante após uma série de derrotas para as tropas do regime de Bashar al-Assad.

"Os combatentes do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) e outros grupos rebeldes tomaram no início do dia o controle total da base de Mennegh", ao norte da cidade de Aleppo, anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

A rede de televisão oficial minimizou essa derrota, afirmando que "não havia armas nem aviões nesse aeroporto que está inutilizado", e que o Exército "resistia bem ao ataque".

A oposição controla grandes áreas do norte e do leste, e o regime domina a região central do país; como mostraram as tomadas, em junho e julho, de dois redutos rebeldes na província de Homs. Já os curdos tentam criar no nordeste do país um território autônomo, atacando os jihadistas.

O atual contexto mostra uma clara divisão neste país em guerra há cerca de dois anos e meio.

Os grupos rebeldes tentavam há oito meses se apoderar do aeroporto de Mennegh, com o objetivo de impedir o regime de utilizar suas aeronaves para bombardear as zonas sob seu controle, explicou o OSDH, que se baseia em uma ampla rede de militantes e médicos em todo o país.

Há alguns meses, eles haviam tomado o aeroporto militar Al-Jarrah e a Base 80, encarregada de garantir a segurança do aeroporto internacional, também na província de Aleppo. Mas esse aeroporto e as bases aéreas de Kwayress e Nairab da região ainda estão em poder do regime.

Segundo analistas e o OSDH, os últimos avanços em Latakia (oeste) e Aleppo, são fruto de uma cooperação entre os grupos rebeldes locais e jihadistas.

Essa vitória foi comemorada pelos jihadistas com tiros para o ar e gritos de "Deus é grande" em um bairro rebelde de Aleppo, segundo um vídeo distribuído pelos militantes contrários ao regime.

Na véspera, os insurgentes haviam tomado várias aldeias na província litorânea de Latakia, bastião da minoria alauíta à qual pertence Assad.

De acordo com uma fonte de segurança, o ataque ocorreu devido a uma traição: "Milicianos pró-regime encarregados de vigiar a região abandonaram suas posições, claramente comprados pelos adversários, o que permitiu aos insurgentes avançar".

"Os rebeldes cometeram massacres nos povoados que tomaram antes de serem expulsos em um contra-ataque do Exército. Restam apenas duas localidades em seu poder", acrescentou.

No final da tarde desta terça, um atentado com carro-bomba deixou 18 mortos, incluindo três crianças, e 56 feridos no subúrbio druso-cristão de Damasco, segundo a agência de notícias síria Sana. A explosão foi registrada logo antes da iftar, refeição que marca a ruptura do jejum do Ramadã.

A coalizão opositora pediu nesta terça-feira uma trégua durante a festa que marca o fim do mês de jejum do Ramadã e que deve ser celebrada no final de semana.

Em Damasco, uma fonte de segurança indicou à AFP que o chefe da organização jihadista Frente Al-Nosra para a capital, suspeita de ser o mentor dos maiores atentados na cidade, foi preso com outras duas lideranças do grupo.

Ele teria sido o responsável, principalmente, pelo atentado de 22 de março que custou a vida de Mohammad Said al-Bouti, a principal autoridade religiosa sunita pró-regime, e pelo praticado contra o Ministério do Interior, em dezembro de 2012.

O conflito na Síria, desencadeado pela dura repressão a uma onda de protestos em março de 2011, deixou mais de 100.000 mortos e obrigou milhões de sírios a fugir para países vizinhos.

Em Teerã, o presidente iraniano, Hassan Rohani, insistiu nesta terça na importância da "negociação" para solucionar a crise na Síria, e pediu que "os grupos terroristas" sejam expulsos, durante sua primeira entrevista coletiva à imprensa.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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