Em entrevista à revista americana Time, Hamad, cujo nome de guerra é Abbu Sakkar, confirma a autoria do ato de barbárie e afirma ter mais um vídeo com conteúdo semelhante. “Eu tenho outro vídeo que vou enviar a eles (aos fiéis ao regime). No clipe eu estou serrando outro Shabiha (milicianos pró-Assad). Com uma serra que usamos para cortar árvores. Eu o serrei em pequenos e grandes pedaços”, disse à revista, via Skype, nesta terça-feira.
Na entrevista, ele também explica o motivo de ter arrancado os órgãos do inimigo morto. “Nós pegamos o celular dele e achamos um vídeo em que uma mulher e suas duas filhas apareciam nuas e eram humilhadas, um pedaço de pau era enfiado aqui e ali”, disse.
Vídeos desse tipo têm sido usados como uma estratégia de intimidação e propaganda por ambos os lados do conflito que já deixou mais de 94 mil mortos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, desde março de 2011. Diante da dificuldade de verificação por fontes independentes, muito se especula sobre a veracidade desses materiais.
Os 27 segundos em que Hamad aparece cortando o peito do inimigo e mordendo parte do pulmão do inimigo (as primeiras informações davam conta de que o coração e o fígado eram os órgãos que apareciam no vídeo, mas, segundo a apuração da Time, trata-se de parte do pulmão), teve sua veracidade confirmada pela Human Rights Watch (HRW) ontem, antes do próprio rebelde se manifestar. A entidade chamou a atenção para o fato de que mutilação dos corpos dos inimigos ser crime de guerra e para a “retórica sectária” do conflito na Síria.
Hamad é muçulmano sunita e nutre ódio pelos alauítas, que são minoria na população, mas detêm o controle do governo. “Eles (os alauítas) são os que mataram nossas crianças em Baba Amr e estupraram nossas mulheres”, disse ele, se referindo ao massacre ocorrido na cidade de Homs em fevereiro de 2012. “Nós não começamos isso, eles começaram isso”, acrescentou. Ele jurou vingar cada uma das mortes. “Nosso slogan é olho por olho, dente por dente”, disse Hamad à Time.
Fotos da guerra civil na Síria recebem o Prêmio Pulitzer
Uma série de 20 fotos de cinco fotógrafos da agência AP recebeu o prêmio Pulitzer de Melhor Cobertura Gráfica Informativa com as imagens registradas na guerra civil na Síria. Na foto, uma das vencedoras, o menino Abdullah Ahmed, 10 anos, que sofreu queimaduras em um ataque aéreo do governo sírio
Foto: Muhammed Muheisen / AP
Sírios desalojados esperar por comida perto da cozinha de uma ONG em um campo de refugiados perto de Azaz
Foto: Manu Brabo / AP
Imagem mostra a noite em uma área controlada pelos rebeldes sírios de Aleppo
Foto: Narciso Contreras / AP
Uma família escapa de um confronto entre soldados do Exército Livre da Síria e do governo em Idlib
Foto: Rodrigo Abd / AP
Refugiados sírios atravessa a fronteira com a Turquia
Foto: Manu Brabo / AP
Homem aponta uma lanterna em direção ao corpo de um sírio morto pelo exército do país em um bombardeio em um cemitério em Aleppo
Foto: Manu Brabo / AP
Apartamento destruído por um tanque é visto em um prédio em Karm al-Jabel
Foto: Narciso Contreras / AP
Uma mulher chora enquanto se recupera de graves ferimentos após um bombardeio em Idlib
Foto: Rodrigo Abd / AP
Sangue e suprimentos médicos usados são vistos do lado de fora de hospital em Aleppo
Foto: Manu Brabo / AP
Mahmoud, um morador palestino de 21 anos que se identificou apenas seu primeiro nome, descansa em um hospital depois que de ser encontrado com três ferimentos de bala na cidade de Anadan, na periferia de Aleppo, na Síria. Mahmoud é o único sobrevivente de um massacre em que ele e 10 outros homens foram vendados, espancados e baleados
Foto: Khalil Hamra / AP
Um homem sírio leva uma mulher gravemente ferida para um hospital após um projétil de artilharia cair perto de uma padaria em Aleppo
Foto: Narciso Contreras / AP
Um civil ferido com um tiro no estômago tenta escapar da linha de tiro em um confronto
Foto: Narciso Contreras / AP
Homem ensina Bilal, 11 anos, como usar uma granada-foguete de brinquedo em Idlib
Foto: Rodrigo Abd / AP
Um combatente rebelde comemora depois de disparar um míssil portátil em direção a um prédio onde tropas sírias leais ao presidente estavam escondidas
Foto: Narciso Contreras / AP
Rebelde mira com uma arma dentro de um prédio residencial em Aleppo
Foto: Narciso Contreras / AP
Soldados do Exército Livre da Síria sentam em uma casa nos arredores de Aleppo
Foto: Khalil Hamra / AP
Pessoas queimam fotos do presidente sírio durante protesto
Foto: Rodrigo Abd / AP
Uma mulher ferida permanece em choque ao deixa Dar El Shifa, em Aleppo
Foto: Manu Brabo / AP
Um menino chamado Ahmed chora após seu pai, Abdulaziz Abu Ahmed Khrer, ser morto por um atirador de elite do exército sírio
Foto: Rodrigo Abd / AP
Um homem sírio chora enquanto segura o corpo de seu filho