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Oriente Médio

Putin cobra dos EUA provas de ataque químico pela Síria

O presidente russo afirma que acusações de ataque químico sírio são 'absurdo total'

31 ago 2013 - 08h13
(atualizado às 10h17)
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<p>Presidente russo Valdmir Putin é visto durante uma reunião em Kemerovo, na Rússia, na segunda-feira</p>
Presidente russo Valdmir Putin é visto durante uma reunião em Kemerovo, na Rússia, na segunda-feira
Foto: Aleksey Nikolskyi / Reuters

O presidente russo Vladimir Putin chamou de "absurdo total" as acusações de uso de armas químicas pelo regime Sírio e pediu aos Estados Unidos a apresentação de provas.

"Em uma situação em que o Exército sírio estava em posição ofensiva cercando a oposição em várias regiões (...) afirmar que o governo sírio usou armas químicas é absurdo total", declarou Putin à imprensa em Vladivostok (extremo-oriente russo).

"Isso vai contra toda a lógica", insistiu. "Estou convencido de que isso não passa de uma provocação daqueles que querem envolver outros países no conflito sírio e assegurar o apoio de atores internacionais poderosos, em primeiro lugar, o dos Estados Unidos", considerou.

O presidente russo fez um apelo para que Washington forneça as provas que diz ter em mãos, ressaltando que "a interceptação de conversas não pode servir de base para a tomada de decisões fundamentais, em especial sobre o recurso à força contra um Estado soberano".

Guerra civil em fotos
AFP

O Terra compilou alguns dos principais materiais fotográficos disponibilizados ao longo destes mais de dois anos de guerra na Síria. Cada imagem leva a uma galeria que conta um episódio específico ou remete a uma situação importante do conflito.

"Sobre a posição de nossos amigos americanos, que afirmam que as tropas governamentais (sírias) utilizaram (...) armas químicas e dizem ter provas, então, que mostrem aos investigadores das Nações Unidas e ao Conselho de Segurança", declarou à imprensa. "Se eles não o fizeram, significa que não houve" ataque químico, acrescentou.

Esta é a primeira reação pública de Putin sobre as declarações da inteligência americana, que acusa o regime do presidente Bashar al-Assad de ter usado armas químicas em um ataque nos arredores de Damasco, em 21 de agosto, causando a morte de centenas de pessoas.

Os Estados Unidos e a França estão determinados a lançar uma ação contra o regime sírio, com o presidente Barack Obama citando uma ação militar "limitada". Por sua vez, Moscou acusa os rebeldes de usar armas químicas para desacreditar o governo.

Putin também elogiou a decisão "inesperada" dos deputados britânicos que votaram contra uma intervenção militar na Síria, desejada pelo governo do primeiro-ministro David Cameron.

"Isso significa que, mesmo na Grã-Bretanha - embora seja o principal aliado geopolítico dos Estados Unidos (...) - há pessoas que são guiadas por interesses nacionais, pelo bom senso e que defendem a soberania", declarou o presidente russo.

"Para mim, isso foi totalmente inesperado (...) Todo o mundo está acostumado a ver a sociedade ocidental aceitar tudo, sem maiores questionamentos, conforme os desejos do seu principal parceiro, os Estados Unidos", ressaltou.

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