Putin afirma que mais de 600 russos e europeus combatem na Síria
Pelo menos 600 homens armados, oriundos da Rússia e do restante da Europa, lutam atualmente na Síria contra o regime de Bashar al-Assad, declarou nesta sexta-feira o presidente russo, Vladimir Putin, que advertiu o Ocidente para o perigo de fornecer armas à oposição síria.
"Pelo menos 600 pessoas vindas da Rússia e da Europa lutam junto com a oposição síria", declarou Putin, no Fórum Econômico em São Petersburgo.
"Então, por que fornecer armas a grupo armados clandestinos na Síria, se não entendemos bem de quantos combatentes estão compostos? (...) Onde vão acabar estas armas?", ressaltou o presidente russo.
A União Europeia suspendeu em maio o embargo ao fornecimento de armas destinadas aos rebeldes sírios, enquanto Washington anunciou na semana passada uma "ajuda militar" aos insurgentes, sem indicar sua natureza.
Putin também disse temer a chegada ao poder de "terroristas" na Síria se o presidente sírio, Bashar al-Assad deixar a presidência, principal exigência da oposição síria e dos Estados Unidos.
"O que nos preocupa é o surgimento de um eventual vazio político se tomarmos uma decisão de substituir o governo de Assad", declarou Putin, em uma entrevista coletiva à imprensa concedida depois.
"Quem vai ocupar este vazio? Que organizações terroristas?", se perguntou.
Putin reiterou que apenas o povo sírio pode decidir se Bashar al-Assad ficará no poder, pedindo que o Ocidente "não imponha sua decisão sobre o destino do presidente sírio".
A Rússia, principal aliado de Damasco, e os Estados Unidos tentam organizar uma conferência de paz internacional batizada "Genebra 2", que reunirá pela primeira vez representantes do regime sírio e da oposição para tentar encontrar uma saída para o conflito que deixou mais de 94.000 mortos desde março de 2011, segundo uma ONG síria.